Polícia vai dar prosseguimento a investigação após resultado. Criança foi seguestrada na segunda (5); mãe foi assassinada.
Polícia aguarda resultado de exame de DNA feito em bebê roubado no Rio
Nesta terça (6), o roubo da menina foi confirmado por Michele, mas ela negou o outro crime. "Quem matou a Diana foi a Michele. Temos um cadáver, imagens que mostram a Michele no local do crime e ouvimos testemunhas. Nada que pudesse comprovar um tráfico de crianças ou de órgãos foi encontrado", disse ele.
Michele chegou a se passar pela mãe da recém-nascida quando abordada por agentes da PM, na tarde desta terça. No Hospital Rocha Faria, para onde a criança e a falsa mãe foram levadas, ela admitiu o sequestro. O bebê passa bem.
O enterro de Diana Oliveira da Silva está marcado para às 13h desta quarta-feira (7) no Cemitério de Curicica, na Zona Oeste. A bebê Jenifer está sob custódia do Conselho Tutelar até sair o resultado do exame de DNA.
O sequestro e o assassinato ocorreram no Recreio dos Bandeirantes, Zona Oeste do Rio, na segunda-feira (5), um dia antes da confissão. Michele foi encontrada em Campo Grande por policiais da 40º BPM (Campo Grande) e reconhecida com a ajuda de imagens. Ela será indiciada por homicídio. Levada para a 35ª DP (Campo Grande), foi realizado o flagrante e a prisão. Na casa de Michele, foram encontrados objetos pessoais da mãe do bebê.
Pai de Jenifer reconhece pertences da filha
(Foto: Isabela Marinho/G1)
Francisco de Assis, pai de Jenifer, reconheceu os pertences da esposa e disse estar aliviado por ter reencontrado a filha. "O dia dos pais não vai ser completo sem a minha mulher, mas pelo menos encontraram minha filha. Eu quero abraçar muito ela, dar muito carinho. Agora eu vou ser pai e mãe", disse Francisco de Assis.
De acordo com o advogado, os indícios iniciais da investigação dão conta de que Michele queria engravidar. "Elementos podem indicar que ela tenha o desejo de ter uma criança e, com este afã, viu uma mulher com a fisionomia dela e a criança jovenzinha...", sugeriu.
O sequestro aconteceu na segunda-feira (5), no Recreio dos Bandeirantes, também na Zona Oeste. No mesmo dia, a mãe do bebê, Diana Oliveira da Silva, de 33 anos, foi encontrada morta, asfixiada em um matagal perto do posto de saúde onde houve o sequestro.
Bebê foi sequestrado da porta de posto de saúde no Rio (Foto: Isabela Marinho /G1 / Reprodução)
Depoimentos
O depoimento de uma vizinha pode dar um novo rumo às investigações. Carla Bispo de Oliveira disse ter visto Diana saindo com a criança do posto de saúde em direção à Avenida das Américas, para embarcar no ônibus. Minutos depois, a testemunha encontrou a vítima, caminhando no sentido contrário, em direção à comunidade do Terreirão, com uma mulher negra, de aparentemente 40 anos.
A descrição sobre a criminosa está de acordo com as imagens gravadas pelo circuito de segurança de uma estação do BRT, na tarde de segunda-feira. Para a polícia, a mulher que aparece nas imagens é a principal suspeita de levar o bebê.
A gravação mostra o ponto em que ela embarca, no Recreio Shopping, e alguns minutos adiante, desembarca na estação Notre Dame.
Testemunhas contaram ainda que a mulher procurava um ônibus para Santa Cruz. A mãe da menina foi encontrada morta num matagal, com sinais de estrangulamento a pouco mais de cem metros do posto de saúde.
A família da vítima mora na comunidade Novo Lar, no Recreio dos Bandeirantes. O clima entre os moradores é de inconformismo e comoção.
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