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Esportes
Quarta - 21 de Maio de 2014 às 11:43
Por: *JOSÉ ANTONIO LEMOS DOS SANTOS

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A estrada natural sempre foi alcançar o reconhecimento em seu país para, em seguida, chegar à Seleção. No caso do grupo de Scolari, no entanto, cinco jogadores usaram o caminho inverso na caminhada até a Copa do Mundo. A seleção brasileira que vai disputar o Mundial de 2014 tem uma peculiaridade. Um número expressivo de jogadores despontou no futebol europeu antes de ser conhecido no Brasil. São os casos de Hulk, David Luiz, Dante, Luiz Gustavo e Maxwell, que deixaram o país no anonimato para brilhar em terras estrangeiras.


O número é retrato do voraz mercado do futebol. Clubes europeus investem cada vez mais cedo nos jovens brasileiros, em busca de talentos que, por muitas vezes, sequer estrearam como profissionais em solo nacional.

O atacante Hulk, por exemplo, fez apenas dois jogos como profissional antes de transferir-se, aos 18 anos, para o Kawasaki Frontale, da segunda divisão japonesa. Na época, no Vitória, ele ainda atuava como lateral-esquerdo. Foi no Japão e, em seguida com uma maior intensidade em Portugal, que Hulk alcançou a fama e passou a ser reconhecido no Brasil. O amistoso da Seleção contra a África do Sul, em setembro de 2012, no Morumbi, ainda sob o comando de Mano Menezes, foi apenas a terceira partida do jogador em território nacional.

COPA DAS CONFEDERAÇÕES: LIGA ENTRE TORCIDA E GRINGOS

A falta de identificação com clubes brasileiros chegou a ser um obstáculo a mais para esses atletas. A Copa das Confederações, no entanto, acabou com todas as desconfianças.

O caso de David Luiz, por exemplo, é emblemático. Após uma boa temporada com o Vitória na Série C do Campeonato Brasileiro, o zagueiro partiu para o Benfica com apenas 19 anos, em 2007. Foi em Portugal que ele ganhou respeito e fama pelo mundo. Convocado em 2010, pela primeira vez, por Mano Menezes, o atleta era muito mais conhecido na Europa do que no Brasil.

Antes da Copa das Confederações, com quase três anos de titularidade na Seleção, David
Luiz manifestou o desejo de ir bem para conquistar o carinho do ainda desconfiado torcedor brasileiro. O plano deu certo, e o zagueiro terminou o torneio como um dos mais queridos do time de Scolari. Carismático, David é hoje certamente uma das referências da Seleção e um dos atletas mais solicitados para campanhas publicitárias.

EUROPA NEM SEMPRE É O CAMINHO MAIS CURTO

Hulk, David Luiz, Dante, Luiz Gustavo e Maxwell são os cinco atletas convocados por Scolari que deixaram o futebol brasileiro no total anonimato. A tendência, no entanto, é o torcedor brasileiro se familiarizar cada vez mais na Seleção com jogadores que despontam primeiramente na Europa.
Dos 23 convocador por Luiz Felipe Scolari para a Copa, apenas o goleiro Victor nunca jogou no futebol europeu. A grande maioria deixou o Brasil ainda muito jovem. Entre os demais 22 jogadores, a média de idade da primeira transferência para o exterior é de 20,2 anos.
Após boas atuações pelo Bahia, Daniel Alves foi negociado com o Sevilla, em 2002, aos 19 anos. Willian, aos 17, teve boas atuações pelo Corinthians e, mesmo com o clube paulista rebaixado para a Série B, foi vendido ao Shakhtar Donetsk, da Ucrânia, por U$ 20 milhões, em dezembro de 2007.
Em comum o fato de os dois terem se firmado como profissionais na Europa. Quando deixaram o Brasil, sequer eram cogitados para a seleção brasileira principal.
A receita, no entanto, nem sempre é sinônimo de sucesso. Na própria seleção brasileira, há caso de jogadores que partiram jovens e ainda no anonimato para a Europa, mas tiveram de retornar ao Brasil para conseguir espaço no futebol.

Hoje titular da Seleção e do Tottenham e cobiçado por grandes clubes do futebol europeu, Paulinho deixou o país pela primeira vez aos 17 anos para se aventurar no Vilnius, da Lituânia. Ainda adolescente, foi vítima de racismo. Ainda passou sem alarde pela Bulgária antes de retornar ao Brasil. Após a viagem sem sucesso, a carreira recomeçou no Audax e, em seguida, no Bragantino, antes de o volante chegar ao Corinthians e, enfim, alcançar o reconhecimento no futebol.
Thiago Silva é outro caso emblemático. Aos 20 anos, com pouco tempo entre os profissionais e ainda desconhecido no Brasil, o atual capitão da seleção brasileira foi negociado pelo Juventude com o Porto. Sem brilho em Portugal, foi emprestado ao Dínamo de Moscou. Na Rússia, o zagueiro foi diagnosticado com tuberculose, ficou internado durante seis meses, afastado dos gramados por um ano e chegou a temer pela vida. A carreira de Thiago Silva só retomou aos trilhos quando ele voltou ao futebol brasileiro para despontar no Fluminense.

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Fonte: Globo Esporte

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