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Saúde
Sexta - 14 de Março de 2014 às 06:02
Por: *JOSÉ ANTONIO LEMOS DOS SANTOS

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As pessoas nascem, crescem e amadurecem e, ao longo da vida, o cérebro passa por diversas transformações. No Bem Estar desta quinta-feira (13), o psiquiatra Daniel Barros e o hebiatra, especialista em adolescentes, Benito Lourenço explicaram como ocorre o desenvolvimento cerebral ao longo dos anos.

Segundo os especialistas, o cérebro não nasce pronto e só é “finalizado” a partir dos 20 anos, quando termina o processo que melhora seu processamento e velocidade. Uma das últimas áreas a ser terminada é a frontal, que controla impulsos e molda as perspectivas de futuro. Por isso, os adolescentes, por exemplo, costumam ser mais impulsivos, como explicou o psiquiatra Daniel Barros. No entanto, dependendo da maneira que é utilizado, o cérebro pode ainda sofrer transformações – ou seja, quanto mais uso, melhor ele funciona.

Para exemplificar isso, existe um processo de "poda", como explicou o psiquiatra, que corta as conexões que não são utilizadas – por exemplo, uma criança que nasce com alguma alteração visual e não a corrige pode ter seu nervo óptico podado. O mesmo problema pode acontecer com bebês abandonados ou até mesmo esquecidos por muito tempo no berço. A falta de suporte e presença dos pais pode fazer com que eles tenham seu desenvolvimento mental prejudicado. Por isso, é fundamental estimular o cérebro ao longo da vida, como alertou o médico.

Já na adolescência, podem ocorrer os transtornos de ansiedade, mais comuns ainda na transição para a fase adulta. De acordo com o psiquiatra Daniel Barros, as escolhas ou falta de escolhas nesse período da vida, em que o jovem precisa decidir qual caminho seguir nos estudos, no trabalho e na vida pessoal pode ter relação, por exemplo, com a síndrome do pânico.

Outro problema que pode acontecer entre os jovens adultos é a esquizofrenia, doença mental que causa um distúrbio no funcionamento do cérebro e causa alucinações, impedindo o paciente de distinguir o real e o abstrato. Estima-se que 1% das pessoas tenham a doença e uma a cada cem vá desenvolvê-la em algum momento da vida. Segundo o psiquiatra Wagner Gattaz, a alucinação mais frequente é quando o paciente escuta vozes, o que pode levar ao isolamento social.

Antigamente, não existiam bons tratamentos para a doença e os pacientes podiam agir de maneira imprevisível. Mas há cerca de 60 anos, foram criados os medicamentos antipsicóticos, que reduzem as alucinações e a ideia de perseguição e ainda restituem parte dos impulsos e da vontade que fazem o paciente se reintegrar socialmente. No entanto, apesar da melhora do tratamento, ainda existe muito preconceito em relação à doença – segundo os médicos, para isso acabar, é fundamental ressaltar que os pacientes com esquizofrenia não são mais agressivos do que as outras pessoas, como alertou a reportagem.

Uma das maneiras de evitar a morte de neurônios e suas conexões, de acordo com estudos, é manter a mente cada vez mais ativa. A alimentação também pode ter uma grande influência, especialmente a dieta mediterrânea, que tem uma ação contra substâncias inflamatórias que levam a doenças cardiovasculares, AVC, depressão e Alzheimer. Entre os alimentos que podem fazer bem para o cérebro estão as uvas, a sardinha, as castanhas do Pará, o azeite e o arroz integral, mas o médico alerta que algumas atividades como palavras cruzadas e ler livros também são eficazes.






Fonte: Bem Estar

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