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Opinião
Quarta - 07 de Agosto de 2013 às 16:07
Por: Onofre Ribeiro

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 Quem pensa que já viu de tudo, ou quem pensa que as recentes manifestações de rua no Brasil não produziram frutos, precisa pesquisar dois temas: imprensa Ninja e os grupos black bloc. Confesso desconhecer o assunto até ouvi-lo pela primeira vez nesta segunda-feira no programa “Roda Viva”, na TV Cultura, onde o jornalista Bruno Torturra e o produtor cultural, Pablo Capilé, ambos cuiabanos, deram uma entrevista profundamente reveladora de uma faceta subterrânea envolvendo os movimentos de rua e uma nova linguagem dele decorrente. O aparente silêncio das ruas não é sinal de morte, mas de estruturação da linguagem.
 
Vamos começar pelo termo “imprensa Ninja”. Transcrevo a definição:“N.I.N.J.A., sigla em português para Narrativas Independentes Jornalismo e Ação é o grupo responsável pela POSTV, sua mídia digital independente. E não nasceu agora, mas há um ano e meio, e está ancorada no movimento nacional Circuito Fora do Eixo. Nas manifestações que tomaram as ruas de várias capitais, ganhou maior visibilidade e chegou a picos de audiência de 120 mil espectadores. O que significa uma marca de 1,2 dos ibopes oficiais – e não é pouco, pois muitos programas da TV aberta não o atingem”.
 
Mas agora vem um conceito perturbador: “Nesses tempos fora do eixo e de paradigmas, talvez seja este o embrião da nova mídia do futuro que já é hoje – uma posttv feita por pós-jornalistas na rede social Facebook e no Youtube, para pós-telespectadores", definiu Bruno Torturra, o seu líder no Brasil, no programa Roda Viva A imprensa Ninja foi chamada de "mídia social das manifestações no Brasil" "Acho que a mídia [tradicional] não soube ler rápido o que estava acontecendo nas redes e nas ruas, e estávamos sempre presentes nos protestos, transmitindo tudo ao vivo, fotografando e dando o ponto de vista dos manifestantes”
 
Já os rapazes vestidos de preto, são do movimento Black bloc, já existente em outros países com visão semelhante à usada no Brasil, vistos nos protestos contra o governador Sergio Cabral, no Rio de Janeiro. É uma estratégia de manifestação e protesto anarquista, na qual grupos de afinidade mascarados e vestidos de negro se reúnem com objetivo de protestar em manifestações questionadoras.
 
Das manifestações das ruas, nascem inicialmente dois movimentos com linguagens e propósitos questionadores, capazes de acessarem os jovens pela linguagem e pelas mídias sociais, fora da percepção da mídia tradicional e dos segmentos políticos. Na prática uma nova onda surfa paralela à atualidade política.


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