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Opinião
Quinta - 10 de Novembro de 2011 às 08:07
Por: Lourembergue Alves

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Embora distante, a disputa eleitoral vindoura continua na pauta. Não apenas por causa dos cargos em jogo. Mas, sim, em razão do cenário que pode ser desenhado a partir de 2012. Por conta disso, já se ouve falar em negociações em torno de nomes. Igualmente de possíveis alianças. Sobretudo nos grandes pólos do Estado. Em Várzea Grande, por exemplo, muitas são as conjecturas. Nenhuma destas, no entanto, desperta maior curiosidade que a aliança entre PMDB e PT. E não é para menos. Pois a razão do descontentamento de um partido é a mesma que provoca desgaste em outro. Causados – eis aqui o seu lado cômico – pela mesma pessoa, cuja potencialidade eleitoral é bem superior que os demais concorrentes. 

 Candidatura, entretanto, que pode ser inviabilizada. Afinal, não se tem mais tempo para mudar de agremiação, e dentro do PMDB existe outro postulante. Com menor capacidade de arrebanhar votantes. Porém apresenta maior poder de barganha, e isso pode ser importante em uma disputa. Sobretudo quando se tem a máquina do Estado a favor – via Secretaria de Cidades –, o apoio do cacique peemedebista regional e a simpatia da cúpula petista estadual.
 Tamanho círculo de amizade, contudo, não resulta necessariamente em votos. Ainda mais de uma população calejada e ressabiada por conta dos últimos eventos negativos na Cidade Industrial, de consequências desastrosas, que paralisaram as ações públicas e fizeram crescer a descrença nos políticos.
 Ambiente incerto. Contraditoriamente propício a certo traquejo político. Já consagrado. Pois tem a ver com um ou outro traço populista. Daí a importância do deputado-pretendente, que vale da profissão como arma para conquistar eleitores, assim como procederam tantos médicos no passado. O problema, no entanto, diz um missivista, é que a sua candidatura divide a sigla peemedebista, desagrada o seu presidente e, também, a uma das alas petistas. Desagrada porque a votação da sua esposa (31.721), em 2010, que concorreu pelo PHS e em coligação distinta, diminuiu as chances da aliança PMDB/PR/PT e acabou por ajudar – indiretamente – na eleição do tucano para a Câmara Federal, cuja cadeira foi ocupada temporariamente ocupada pelo petista, hoje na chefia da SEDUC.
 Tal situação – embora superestimada – concorre para pear o parlamentar-médico na corrida rumo ao Paço de Couto Magalhães. O que facilita os adversários e, ao mesmo tempo, distancia o próprio PMDB/PT do pódio-eleitoral. 

 Quadro revelador. Mais do que isso. Revela a manobra palaciana, em comum acordo com as cúpulas petista e peemedebista em favor de outro postulante – embora de credencial muito aquém da disputa. Ainda mais pelo acirramento dela, do que necessariamente por traços familiares, cujas proximidades podem atrair a simpatia de dois ex-governadores.

Isso, por si só, não basta. Seria preciso bem mais. Inclusive discurso e projetos de ação de governo. Ingredientes que faltaram na disputa de 2008, quando o hoje secretário amargou uma posição bastante distante dos primeiros colocados. 2012 pode ser uma repetição de quatro anos atrás. A não ser que o cenário a partir no ano vindouro seja muitíssimo diferenciado do agora.             
Lourembergue Alves é professor universitário e articulista de A Gazeta, escrevendo neste espaço às terças-feiras, sextas-feiras e aos domingos. E-mail: Lou.alves@uol.com.br.       


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