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Opinião
Terça - 11 de Setembro de 2012 às 16:42
Por: Lourembergue Alves

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Nos últimos seis artigos, procurou-se analisar aqui os “planos” dos candidatos a prefeitura de Cuiabá. Os “planos” registrados no TRE/MT, não aqueles que são desenhados por motivos circunstanciais, ou estimulados pela ânsia de conquistar o eleitor indeciso. Por isso se buscou primeiro “baixar” os arquivos cuidadosamente armazenados no site do Tribunal Eleitoral do Estado, e depois ler cada um deles e analisá-los. Exercício, aliás, que deveria ser feito por todo eleitorado. Mesmo por quem se coloca na condição de eleitor-torcedor. Até em razão de sustentar a posição assumida. Ainda que esta não seja a melhor, nem a ideal do cidadão. 

 Ser cidadão se diferencia bastante do simples dizer que é. Pois enquanto este permanece no terreno do simular-se, do fazer de conta, aquele se expressa em suas ações. Agir que em momento algum se confunde com o propor. Proposta e ação estão interligadas, sem dúvida, mas jamais tidas como sinônimas. Detalhe, entretanto, não observado – como deveria fazê-lo os postulantes ao cargo número 1 da administração pública municipal.

 Erro gritante. Tamanho que faz do jogo político-eleitoral uma disputa marcada pelo improviso, pela ação motivada pela força do momento. O que empobrece, em demasia, a campanha. Empobrecimento que se dá independentemente da grana arrecada, e ainda por falta desta, sem perder de vista que tal ausência impede determinadas ações. Falta, porém, de maneira alguma, inibidora da criatividade. Até porque a criatividade nasce da tarefa de reflexão, que depende essencialmente do conhecimento do cenário político-eleitoral. Conhecer este, portanto, carece das leituras realizadas, quer sejam por analistas, por profissionais que estão a serviço de cada candidato ou de manifestações populares.
 Isso, infelizmente, não é o entendimento dos candidatos, nem por parte de seus assessores. Certamente porque eles pensam, e se auto-apresentam como “senhores da verdade”. Daí as características de prepotência e de arrogância – atribuídas a todos, a alguns ou a um deles. Atribuição que “se pega”, ou se “aceita” pela população, pode redundar em prejuízos eleitorais significativos. Tantos que podem provocar a queda nas pesquisas, e tal queda, quando repetida, levam a derrota eleitoral. 

 Situação não descartada. Mesmo quando se tem o enorme distanciamento do socialista-empresário em relação ao vereador-candidato, ao tucano-postulante, ao peessedista-candidato. Embora se saiba que estes não têm programas-televisivos e radiofônicos, tampouco planos de governo capazes de envolverem a maioria dos eleitores (por isso, a busca de “estrelas políticas” nacionais).  Porém, apenas aqueles que já se colocaram no papel de torcedores, e, nesta condição, ignoram os erros, os desacertos de “seus candidatos” – a exemplo de uma missivista que se identificou por meio de um e-mail, e, sem fundamento, destoou completamente dos conteúdos de mais de sessenta correspondências encaminhadas a esta coluna. 

 Isso posto e a partir deste, é preciso não se esquecer que o partido do estudioso do cenário político e eleitoral, do analista político não se identifica com as cores de uma ou outra agremiação partidária. Pois o seu partido é, de fato, o resultado obtido pela investigação, pela análise e pela reflexão sobre as ações, as movimentações, as mexidas no tabuleiro de xadrez – a despeito do posicionamento de um ou outro filiado, de uma ou outra candidatura e de todas as siglas partidárias. Por isso, e não sem razão, a análise de todos os “planos” registrados no TRE/MT. “Planos” que nunca foram, na verdade, planos – agora sem aspas. 

Lourembergue Alves é professor universitário e articulista de A Gazeta, escrevendo neste espaço às terças-feiras, sextas-feiras e aos domingos. E-mail: Lou.alves@uol.com.br.  
 


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