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Opinião
Segunda - 01 de Outubro de 2012 às 22:09
Por: Onofre Ribeiro

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Há algum tempo venho escrevendo sobre o tema, com pouca receptividade, mas, enfim!!!!!! Tenho lido com especial atenção as transformações sociais, econômicas e estratégias pelas quais o mundo inteiro está passando. Nesta semana, o jornal “Valor Econômico” trouxe uma matéria bem fundamentada posicionando a recessão na Alemanha, a maior economia da União Européia. Os Estados Unidos estão em clara recessão. A China, também, segundo o Valor Econômico entrou numa fase curiosa. Empregados da maior fábrica produtora de eletrônicos do país, a Hon Hai Precision Industry, que tem 79 mil empregados só na fábrica de Tayuan, enfrentou greves, movimentos e protestos contra baixos salários e a extensa jornada de trabalho. É o começo do fim da “escravidão branca” chinesa, responsável pelos seus produtos baratos. De outro lado, fala-se em recessão na China , que reflete na economia mundial.

E nós com isso? Perguntaria o leitor. Temos tudo a ver, porque o Brasil é a alternativa mundial à produção de alimentos para o mundo. Os Estados Unidos, já cortou os subsídios à sua agricultura e os produtores estão enfrentando nesta safra problemas com o clima e com os custos. A médio prazo, precisarão de alternativas específicas. Uma delas, será a transferência gradual da agricultura e do beneficiamento de proteínas para o Brasil, mas por Brasil, entenda-se Centro-Oeste e por Centro-Oeste, entenda-se Mato Grosso.

Voltamos ao começo do artigo. Nossas lideranças empresariais estão preparadas para lidar nesse cenário? As lideranças políticas, é claro, nem sabem que isso possa acontecer. Com uma ou duas exceções que se contam nos dedos de uma mão, as demais estão afundadas na busca de votos para a próxima eleição para manter o seu poder político pessoal pouco útil para a sociedade.

O presidente da Associação dos Produtores de Soja Brasil – Aprosoja, o mato-grossense Glauber da Silveira, acabou de chegar os Estados Unidos em missão profissional, onde percorreu mais de 3 mil km nas áreas produtoras de grãos. Suas conclusões são sérias. Na próxima safra já se terá problemas com a falta de sementes de soja e milho, porque o clima deste ano prejudicou a produtividade e a qualidade da produção.

Segundo Glauber, o milho deve ter uma quebra de até 110 milhões de toneladas, ou seja, 32% comparado aos números iniciais que apontavam uma safra de 373,6 milhões de toneladas. A soja, por sua vez, pode chegar a quebrar 12 milhões de toneladas, o que representa 14% sobre os 84,3 milhões de toneladas inicialmente estimados. Sua conclusão é séria: “Sendo assim, aqui no Brasil estamos no caminho certo, precisamos continuar nos organizando e fortalecendo nossas entidades. Tudo leva tempo e é preciso muita luta, pois o cobertor é curto, mas com organização e muito trabalho em 50 anos certamente teremos um futuro melhor”.

Contudo, esse novo papel do Brasil, do Centro-Oeste e de Mato Grosso exige muito mais do que a tradicional mediocridade política e amadorismo institucional. Lidar com o mundo com fome é tarefa extraordinária. Fica a pergunta: quem vai se preparar aqui em Mato Grosso para quando esse momento chegar?
 


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