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Opinião
Segunda - 01 de Outubro de 2012 às 22:12
Por: Lourembergue Alves

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Para o estudioso da política, nenhum interesse tem a arte da adivinhação. Esta nunca foi seu ofício. Nem deveria sê-lo. Tampouco é, ou seria objetivo seu participar do jogo de adivinhos.

Ainda que a tal participação possa render a quem dele participe, quinze minutos de fama. Principalmente entre os eleitores-torcedores. Interessa ao estudioso, isto sim, o cenário da disputa – mexida, composições, acertos, desacertos, mudanças, etc. -; bem como a repercussão que o resultado das urnas venha a ter para novos desenhos político-eleitorais.

Estudo, análise e avaliação que descartam, por si sós, o achismo e o chute – bastantes presentes na adivinhação. Nada importa, então, saber quais os candidatos mais cotados na bolsa de apostas dos adivinhos.

Até porque candidato algum, em Cuiabá, mostra-se a altura do posto de prefeito. Assertiva que pode, e certamente deixará chateados os que pensam de maneira contrária e revoltados, inclusive, os torcedores petistas e socialistas, os quais “enchem a boca” para dizer que a eleição se encontra polarizada entre o Lúdio Cabral e o Mauro Mendes. Estes deverão mesmo levar a decisão para o segundo turno.

O quadro parece definitivo. Pois nenhum outro nome tem possibilidade de mudá-lo. Bem mais pelos erros do Carlos Brito e do Guilherme Maluf que, necessariamente, em razão de acertos dos que estão na dianteira.


É, portanto, compreensível o comportamento daqueles torcedores-eleitores. Incompreensível seria fazer desta coluna – privilegiada, por sinal – ou de quaisquer outras um espaço de defesa de um dos postulantes. Sobretudo depois de ter publicado aqui textos a respeito das campanhas.

Textos pensados e elaborados a partir de leituras e análises dos “planos” de governo, em especial os registrados no TRE/MT, e do acompanhamento dos programas político-eleitorais e de quase todos os confrontos – televisivos ou não - entre os candidatos do PSB, PT, PSDB, PSD, PSOL e do PPL.

Tarefas importantes. Imprescindíveis para o analista e estudioso do tabuleiro político-eleitoral. Principalmente porque ele, o analista e estudioso, carece fundamentar suas afirmações. Sempre, e não esporadicamente ou “a gosto do freguês”.

Explica-se porquê o analista e o estudioso devem evitar seus ingressos no jogo de adivinhos. Pois estes participantes, o deste jogo, se prendem unicamente ao senso comum, além de se valerem do chute e do achismo como instrumentos para balbuciarem seus “prognósticos”.

Truque antigo. Bastante utilizado pelas cartomantes, videntes e pitonisas. Pitonisa, talvez este seja o cognome que se encaixa como uma luva aos adivinhos dos resultados da eleição. Os gregos, aliás, chamavam de Pitonisa quem tinha o dom de adivinhar. Isso porque o deus da adivinhação, Apolo, era cognominado de Pítio, quer por haver matado a serpente-dragão Píton, quer por ter estabelecido o seu oráculo em Delfos, cidade primitivamente chamada Pito. Razão pela qual a sacerdotisa do oráculo de Delfos passou a ser conhecida de Pitonisa, e que se encontrava sentada em uma cadeira localizada acima do abismo hiante de onde brotavam as exalações proféticas, reveladas uma vez ao ano, no começo da primavera.

Igualmente como fazem, hoje, os adivinhos dos resultados de uma dada disputa eleitoral. Sempre auxiliados pelos números das pesquisas, revelam suas profecias ou retrato da vitória de determinado candidato dias antes da eleição.

Revelação que se dá ao som da cantilena do “não fazer posteriormente”, quando anunciado a somatória dos votos pelos agentes do TRE. Certamente porque lhes falte conhecimento para analisar o acontecido.

LOUREMBERGUE ALVES é professor universitário e articulista político em Cuiabá.
lou.alves@uol.com.br


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