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Opinião
Quinta - 08 de Junho de 2023 às 04:38
Por: Giovana Fortunato

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Junho é o Mês Mundial da Conscientização da Infertilidade, campanha que tem como objetivo mostrar à sociedade mais informações sobre a infertilidade. A data foi estipulada pela American Infertility Association (AIA) e desde então a meta é conscientizar a população mundial a respeito das doenças que podem ser causadoras de infertilidade, como a Síndrome dos Ovários Policísticos, Miomas e Endometriose.

Celebrar um mês inteiro de ações de conscientização é importante, pois cria oportunidades para que a população tenha mais acesso às informações sobre o tema e seja alertada sobre o problema e os tratamentos disponíveis para prevenção.

A infertilidade atinge aproximadamente 15% da população, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Suas causas podem ser multifatoriais e estão distribuídas igualmente entre homens e mulheres, podendo apresentar um percentual sem causa aparente.

Ações de saúde podem ser realizadas para prevenir e tratar problemas que interferem na fertilidade humana, mas alguns casos precisarão de assistência especializada. É preciso conhecer mais sobre o tema. Por isso, informação é o primeiro passo para enfrentar essa afecção.

A Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA) defende a importância da obtenção de informações seguras com bases científicas relacionadas à saúde reprodutiva e as opções de tratamento para a infertilidade, por meio de profissionais capacitados que podem evitar que os casais afetados pelo problema percam a oportunidade de ter seus próprios filhos biológicos.

A infertilidade é caracterizada pela dificuldade de uma mulher engravidar de forma natural após 12 meses de tentativas sem sucesso.

Para analisar as causas da infertilidade feminina, a paciente deve se submeter a alguns exames. São vários os fatores, tais como: disfunções na ovulação, alterações nas tubas e no útero. Outra causa importante de infertilidade, e muitas vezes não diagnosticada, é a endometriose.

Muitos homens também enfrentam dificuldades em ter filhos, muitas vezes pensando ser apenas uma causa feminina, mas não, pode ser um problema de infertilidade masculina.

Doenças sexualmente transmissíveis, diabetes, caxumba, câncer, problemas na anatomia masculina ou mesmo hormonais podem afetar ainda que indiretamente o funcionamento do aparelho reprodutor masculino. Para o sexo masculino, as causas mais comuns são: varicocele (40% dos casos, aproximadamente), falência testicular, infecção seminal, criptorquidia, obstruções do epidídimo e as disfunções hormonais.

Muito importante salientar que o uso de testosterona e outros anabolizantes indiscriminadamente podem causar infertilidade no homem jovem. Infelizmente tem sido cada vez mais comum homens inférteis devido ao uso de anabolizantes.

Obesidade, cigarro, stress, consumo de bebidas alcóolicas, uso de drogas ilícitas, deficiência de vitaminas e vida sedentária também estão entre os fatores que podem impactar a saúde reprodutiva de homens e mulheres.

A idade é um fator que afeta significativamente a qualidade e quantidade dos óvulos da mulher e também a qualidade dos espermatozóides do homem. Acima dos 35 anos as chances de gestação natural diminuem gradativamente.

É de extrema importância que o casal procure um médico especialista em reprodução humana assim que tiver indícios do problema. O profissional capacitado fará toda a investigação necessária para identificar as causas e apontará as melhores alternativas para solucionar o problema.⠀A evolução dos tratamentos de reprodução assistida trouxe esperanças de quem quer realizar o sonho de aumentar a família.

Após investigar o casal, o médico Urologista ou Ginecologista irá definir qual o melhor tratamento de acordo com as expectativas dos pacientes, com o tempo de infertilidade, com as causas conhecidas e com a idade da mulher.

Os principais tratamentos são: cirurgia de varicocele, reversão da vasectomia, cirurgia de endometriose e os métodos de reprodução assistida: indução da ovulação com a relação sexual programada, inseminação artificial e a fertilização in vitro (FIV) e ICSI.

Hoje a infertilidade é entendida e vista como um tratamento de saúde pública. As técnicas de reprodução assistida evoluíram muito desde o nascimento do primeiro bebê de proveta, em 1978. Muitas vezes a infertilidade tem cura, e a medicina reprodutiva vem conquistando expressivos avanços, como fertilização in vitro, inseminação artificial e criopreservação de sêmen e óvulos, entre outros métodos reprodutivos.

Há menos de duas décadas, as taxas de sucesso da FIV, por exemplo, eram cerca de 20%. Atualmente, as clínicas brasileiras trabalham com uma taxa de até 50-60% de êxito nesse tipo de tratamento para pacientes até 34 anos. Portanto, existem grandes possibilidades para quem quer realizar o sonho de ter filhos.

Giovana Fortunato é ginecologista, especialista em endometriose e infertilidade, docente do HUJM e integra a equipe da Eladium



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