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Opinião
Segunda - 29 de Maio de 2023 às 04:06
Por: Gabriel Novis Neves

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É um antigo ditado popular muito repetido pela minha mãe Irene para me educar a pensar sempre no dia de amanhã, nunca dependendo de ninguém.

Se conseguimos boas notas nas cadernetas escolares, deveremos nos preparar mais para as avaliações futuras, e não termos surpresas de uma reprovação no final do ano.

Assim foi toda a minha educação, com ela sempre me alertando para o “dia posterior” ao dia da bonança.

Após concluído o meu curso superior, já no exercício da minha profissão, nunca esqueci do ditado tão repetido pela minha mãe.


Se em um mês havia feito dez partos, tinha que redobrar meus esforços para no mês seguinte melhorar a minha produção médica.

Se em um mês havia feito dez partos, tinha que redobrar meus esforços para no mês seguinte melhorar a minha produção médica

Não sofri paralisia do “dia de muito” para não me faltar no dia de amanhã.

Sempre me preocupei com o amanhã, mesmo quando tudo corria “às mil maravilhas”comigo.

No “dia do muito”, sempre pensei no meu futuro distante para não sofrer humilhações financeiras.

Tenho uma vida tranquila, sem sobressaltos, e por isso não sou milionário, e pago corretamente as minhas contas, que não são poucas.

Quando administrador dos bens públicos, nunca senti o “dia de muito”, pois sempre faltou esse dia.

A conquista de um benefício público era apenas um avanço para a conquista de outros infindáveis, nunca “véspera de pouco”.

Há anos uma médica e mãe, especializada em educação infantil, conduta e comportamento, me disse ser errado cobrar das crianças o “dia depois”.

A criança deve aproveitar ao máximo o “dia de muito”, pouco se importando de como será o amanhã.

Disse que as crianças reprimidas geralmente tornam-se adultos neuróticos, e estão sempre insatisfeitas com aquilo que têm.

Dei sorte – comentei com ela.

Fui educado pela minha mãe seguindo esse ditado popular, e acho que tudo deu certo bem superior as minhas expectativas de vida.

Não me tornei um neurótico, meus três filhos concluíram “cursos imperiais” em universidades, como os meus seis netos, todos trabalhando sempre para um “dia de muito”.

Os ditados populares são sábios, verdadeiros doutores nessa difícil ciência que é a vida vivida.

Gabriel Novis Neves é médico e ex-reitor da UFMT



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