Médicos de Cuiabá paralisam os atendimentos
O atendimento médico em toda rede pública de Cuiabá será suspenso amanhã (15) em protesto ao descumprimento de acordos firmados pela Prefeitura da Capital e a categoria.
Outras três paralisações são previstas para as próximas semanas e a classe não descarta que seja deflagrada greve por tempo indeterminado. Somente casos de urgência e emergência serão atendidos, garante o Sindicato dos Médicos do Estado de Mato Grosso (Sindimed-MT).
Presidente da instituição, Eliana Siqueira Carvalho aponta que a categoria aguarda há dois anos as melhorias prometidas pela atual gestão, que se comprometeu em melhorar salários, garantir condições adequadas de trabalho e contratação, por meio de concurso público, de novos médicos. Mas nenhum dos quesitos foi cumprido pela Prefeitura. “Quando o prefeito Mauro Mendes assumiu estávamos em meio a uma greve, que foi suspensa porque ele nos garantiu melhorias, mas até agora não vimos nada”.
Ela pontua que associada à insatisfação da classe com o descaso do poder público, a agressão de um médico dentro da Policlínica do Coxipó, no dia 1º de janeiro, impulsionou o interesse em realizar as paralisações para conscientizar a população sobre os problemas existentes na rede que refletem no atendimento precário aos pacientes.
Conforme Eliana, o médico plantonista atendia uma mulher que havia sido picada por uma arraia, quando a mãe de uma criança iniciou uma confusão dentro da Policlínica e agrediu uma enfermeira de 60 anos. No momento em que ele tentou controlar a situação, um homem passou a enforcar o médico. “A segurança das Policlínicas é feita pela Polícia Militar e a confusão aconteceu quando não havia nenhum policial no local”.
Para conscientizar a população e os usuários da rede pública de saúde sobre as dificuldades encontradas pelos profissionais, o Sindimed-MT vai entregar uma carta aberta explicando a situação vivenciada historicamente pela categoria.
Exemplifica que, atualmente, o salário base de um médico lotado na rede municipal é de R$ 2,8 mil, por 24 horas semanal de trabalho, enquanto o piso nacional é de R$ 10,9 mil, por 20 horas. Relembra que o complemento salarial é feito por meio de gratificações, que não têm data fixa para “cair” na conta.
Outra pontuação é sobre o concurso público, que deveria ter chamado 85 médicos em 2014 e mais 85 este ano. Porém, nenhum novo profissional foi incorporado à rede.
OUTRO LADO - Por meio da assessoria de imprensa, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) afirma que tem uma reunião marcada hoje com o Sindimed-MT, às 14h, no Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), que atua no processo de conciliação entre as partes envolvida.
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