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Cidades
Quinta - 08 de Janeiro de 2015 às 12:59
Por: *JOSÉ ANTONIO LEMOS DOS SANTOS

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Orçada em quase R$ 2 milhões, a obra de construção do muro de contenção do Morro do Despraiado, em Cuiabá, teve prazo encerrado nesta quarta-feira (07) com frentes de trabalho ainda sem conclusão.

Iniciada em outubro, as obras ainda dependem da demolição de imóveis na Rua dos Xavantes, no bairro Santa Helena, para prosseguirem. No local, uma família permanece residindo em sua casa devido ao não pagamento das indenizações repassadas pela extinta Secretaria Extraordinária da Copa (Secopa). O restante saiu por conta própria com risco de terem as residências desocupadas ou sofrerem com desmoronamentos.

Dos R$ 2,8 milhões que deveriam ter sido pagos pelas desapropriações, nada foi repassado aos moradores.
Considerado área de risco pela Defesa Civil, o Morro do Despraiado é uma das situações mais problemáticas deixadas pela Secopa. O local que deveria ter sido desapropriado para a construção de um muro de arrimo ainda tem imóveis que não foram demolidos. Das 11 residências que estavam previstas para serem removidas, cinco não foram mexidas e permanecem em pé.

Uma delas é da aposentada Maria Lúcia França de Paula, 68, que desde novembro de 2013 não mora mais na sua casa, por medo de que o imóvel desmoronasse com a ação da chuva. Ela lembra que em 30 anos vivendo no imóvel, nunca sofreu com qualquer desabamento ou outro problema no solo. Porém, tudo mudou com o início das obras na Avenida Miguel Sutil. “Essa região nunca foi uma área de risco.

Só quando começaram a mexer para a construção do viaduto é que os problemas apareceram. No momento em que a Defesa Civil constatou que era uma área de risco, nós deixamos a casa. Três meses depois, um pedaço dela desmoronou. Já pensou se tivéssemos ficado aqui?”. Questionada sobre a indenização que deveria ter recebido por desocupar o imóvel, Maria Lúcia diz que até hoje nada foi pago.

“A Secopa nunca nos repassou nada, nem informação e muito menos o dinheiro. Nós soubemos do valor, que é insignificante e muito abaixo do preço real da casa, mas, infelizmente, vamos ter que aceitar mesmo assim. Só gostaria de saber quando isso vai acontecer”.

Outra moradora da Rua dos Xavantes, Adriana da Silva, 30, faz parte da única família que ainda reside no local. Segundo a ela, a decisão de não deixar o imóvel foi tomada para evitar maiores transtornos e despesas. “Todo mundo que saiu daqui foi embora na pressão e com medo. Nós não somos bichos para sermos retirados assim de qualquer jeito. A casa é nossa e nunca esteve em área de risco. Foram eles que erraram na construção do viaduto, agora eles que resolvam”.

Conforme um dos operários da obra de contenção, os trabalhos se concentram na finalização da rampa que segue até a avenida. Em seguida, devem ser iniciadas a implantação das canaletas de água e finalmente, a construção do muro de arrimo.

RISCO - Com atividades já executadas e outras previstas, a preocupação do morador Paulo César de Carvalho é quanto às consequências para a sua casa. Ele conta que o imóvel não constava na relação de residências que deveriam ser demolidas, porém, desde o início das obras, rachaduras começaram a aparecer pelas paredes. “Eu fiz uma solicitação à Defesa Civil para avaliar se há algum risco e eles disseram que não.

Mas isso aconteceu com a casa ao lado também e logo depois uma parte desmoronou. Já tive que trocar dois pilares que afundaram. Na época das obras, a casa chegava a tremer por conta dos caminhões e máquinas”.





Fonte: Do G1

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