Arenápolis News - arenapolisnews.com.br
Nacional
Quarta - 07 de Janeiro de 2015 às 14:17
Por: *JOSÉ ANTONIO LEMOS DOS SANTOS

    Imprimir


O maquinista Carlos Henrique da Silva França, de 41 anos (Foto: Matheus Rodrigues/ G1)O maquinista Carlos Henrique da Silva França,
de 41 anos (Foto: Matheus Rodrigues/ G1)

As investigações do acidente de trens na última segunda-feira (5) que deixou 229 feridos na Baixada Fluminense continuam nesta quarta-feira ( 7). Devido à contradiçoes no depoimento do maquinista do trem que estava parado e os passageiros que estavam na composição, Carlos Henrique da Silva França terá de prestar novo depoimento.

"Passageiros contatam que houve problemas e ele afirma que não houve nada", explicou o delegado Matheus Almeida, da delegacia de Mesquita, que investiga o caso.

Segundo ele, o depoimento mais importante é o do maquinista do trem que bateu, que deve acontecer ainda nesta quarta. "Ele é essencial para entender se a falha foi humana ou mecânica ou de comunicação", afirma. O controlador de tráfego da Supervia também virá a Mesquita para prestar depoimento.

Até a noite desta terça, mais de 130 pessoas já haviam sido ouvidas e, nesta quarta, a delegacia também está lotada de passageiros dos trens envolvidos no acidente. Segundo o delegado, uma perícia complementar foi realizada na noite desta terça. O resultado deve ficar pronto em um mês. "São 30 dias para conclusão do inquerito policial e depois a remessa será enviada ao Ministério Público", finalizou.

Vítimas
Cinco vítimas da colisão entre os dois trens permanecem internadas sendo submetidas a novos exames nesta quarta-feira no Hospital Geral de Nova Iguaçu (HGNI/Posse). De acordo com o hospital, quatro pacientes sofreram fraturas ortopédicas e passam por exames pré-operatórios. Já a quinta vítima aguarda transferência para um hospital particular devido a um acordo com a Supervia.

Investigações
Peritos tentam descobrir se houve falha na sinalização, no sistema de freios ou no controle da via durante o acidente entre dois trens em Mesquita, na noite desta segunda-feira (5), em que 229 pessoas ficaram feridas. Há dois anos a Supervia anunciou que estava instalando um novo sistema de sinalização para controlar a distância entre os trens, o que poderia evitar este tipo de acidente. A previsão do término das instalações era para o final de 2013 para todos os ramais. Mas, segundo a concessionária, a complexidade para a instalação causou um atraso e apenas o ramal de Deodoro contava com a ferramenta.

A Polícia Civil e a Agência Reguladora de Transportes Públicos investigam as causas do acidente. Mais de 100 pessoas já foram ouvidas no inquérito.

VALE ESTA: Arte do acidente com trens da Supervia em Mesquita (Foto: Arte G1)


Nesta terça-feira (6), passageiros dos dois trens envolvidos no acidente foram à delegacia da cidade prestar depoimento sobre o acidente. O maquinista do trem que provocou o acidente deveria ter sido ouvido, mas alegou problemas emocionais e não compareceu à delegacia. Os responsáveis pelo acidente responderão por lesão corporal culposa por acidente ferroviário.

Depois da batida, outro susto: um terceiro trem cruza o local do acidente e chega a encostar nos vagões. Alguns passageiros receberam os primeiros socorros ainda na calçada. No fim da tarde desta terça-feira (6), cinco ainda estavam internados no Hospital da Posse, em Nova Iguaçu.

Muitas pessoas reclamaram da falta de assistência de funcionários da SuperVia, responsável pela operação dos trens. O presidente da concessionária esteve no local do acidente ainda na noite de segunda-feira (5) e disse que as duas composições estavam com a manutenção em dia.

O secretário de transportes do Rio, Carlos Roberto Osório, afirmou que houve uma falha grave. "Um acidente que não pode acontecer em hipótese nenhuma. O trem estava parado em uma estação, fazendo desembarque e embarque de passageiros foi atingido por outro na traseira vindo na mesma direção. Vamos fazer uma investigação rigorosa e descorir se houve uma falha individual, coletiva, ou uma soma de fatores", disse.

A Agência Reguladora dos Transportes (Agetransp) informou que técnicos estiveram hoje na oficina do SuperVia para uma nova perícia. "Abrimos todas as hipóteses que podem ser testadas para que a gente possa identificar fundamentalmente a falha e em seguida as causas que possam ter levados a esse acidente", disse um dos representantes.

O delegado responsável pelo caso, Matheus Almeida, disse que os depoimentos de quarta-feira (6) - do outro maquinista e do controlador de tráfego - são os mais importantes. Ainda de acordo com o delegado, 110 pessoas já foram ouvidas. Outro objetivo das investigações é saber se um problema na estação de Austin pode ter alguma relação com o acidente em Mesquita.

O núcleo de defesa do consumidor da Defensoria Pública do estado vai orientar as vítimas a receber possíveis indenizações. Os passageiros roubados devem registrar a ocorrência na polícia e os feridos, guardar os documentos do atendimento médico. Até esta terça-feira (6), cinco pessoas continuavam internadas.





Fonte: Do G1

Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://arenapolisnews.com.br/noticia/99694/visualizar/