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Sábado - 27 de Dezembro de 2014 às 10:22
Por: *JOSÉ ANTONIO LEMOS DOS SANTOS

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O número de focos de calor em Mato Grosso aumentou em 10 mil no período de 1º de janeiro a 24 de dezembro deste ano, se comparado ao mesmo período do ano anterior. Conforme os dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) o ano todo foram detectados 27.740 focos de calor, enquanto no ano passado, durante o mesmo espaço de tempo, foram registrados 17.702, um aumento de 56%. 


De acordo com o Inpe, nem todo foco de calor significa queimadas. Mas se o solo for aquecido por raios solares a temperaturas superiores a 47ºC o satélite registra. Com dados em mãos, cabe a fiscalização ambiental checar in loco os dados emitidos pelo Inpe.

Neste ano, a cidade de Colniza (1065 km a Noroeste) liderou o maior número de registros de focos de calor com 1.640 casos. Em seguida estão Nova Maringá (1076) e São Félix do Araguaia (866). No ano passado, quem esteve em primeiro lugar no ranking foi Nova Maringá (722), depois Colniza (542) e Paranatinga (533).

No mês de dezembro houve uma queda de 52% no número de focos de calor no Estado. O volume de chuvas neste mês contribuiu com os dados. De 1º a 24 de dezembro foram registrados 182 focos de calor. No mesmo período de 2013 o número foi de 381. Um diagnóstico elaborado pelo Instituto Centro Vida (ICV), assinado pelo governador eleito Pedro Taques, aponta que o combate às queimadas ainda é um desafio em Mato Grosso.

Entre 2010 e 2012, somente 45% das ações do Plano de Prevenção e Controle do Desmatamento e das Queimadas (PPCDQ-MT) foram executadas, mesmo que parcialmente. “Para atender os objetivos estratégicos da nova versão do Plano, revisada em 2013, é necessário fortalecer o investimento do governo nas ações previstas para a Secretaria de Meio Ambiente e no engajamento das demais secretarias e dos setores da sociedade”, diz trecho do documento.

Uma das falhas é a falta de disponibilizar de forma completa e atualizada as informações da gestão florestal para conseguir consolidar a redução do desmatamento e das queimadas. Ainda há lacunas de transparência da Sema sobre informações importantes, como as áreas autuadas e embargadas e as multas efetivamente arrecadadas.

A nova secretária estadual de Meio Ambiente, Ana Luiza Peterlini, reconhece a ineficiência do órgão ambiental em cumprir seu papel fiscalizador. Se por um lado a quantidade de focos de calor aumentou, o número de autos de infração reduziu nos últimos quatro anos. Em 2011 foram emitidos 1.231, subiu para 1.655 em 2012, caiu para 462 em 2013 e reduziu para 404 neste ano.

“Os infratores ambientais em Mato Grosso estão impunes, precisamos rever isso e mudar essa certeza de impunidade no setor”, disse a promotora Ana Luiza durante a apresentação do diagnóstico do setor no dia 22 de dezembro. Ela vai assumir o cargo no dia 1º de janeiro.





Fonte: A Gazeta

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