Tranquilidade de esposas gerou "estranheza", diz delegada Segundo delegada, postura deu a entender que elas já esperavam a polícia
Em ofício encaminhado ao Ministério Público Estadual (MPE), no último sábado (20), a delegada Liliane de Souza Santos Murata Costa, da Polícia Civil, relatou a suspeita de que os empresários Dalme, Fábio e Jorge Defanti receberam informações, com antecedência, sobre a deflagração da Operação Edição Extra.
Os dois primeiros são donos da Gráfica Print; o terceiro, da Gráfica Defanti.
A operação, que teve início na última quinta-feira (18), investiga suspeita de esquema de desvio de dinheiro público por meio de licitações de gráficas com a gestão Silval Barbosa (PMDB).
No ofício, a delegada relatou: “Houve informes recebidos pela Polícia Judiciária Civil no sentido de que os empresários acima identificados se valeram de informações privilegiadas para se furtarem de serem localizados em suas residências e posteriormente em suas empresas consoante constatados pelos investigadores de polícia durante o cumprimento inicial dos trabalhos.
"Gerou estranheza o fato de esposas que receberam a polícia durante a execução dos mandados se portarem totalmente tranquilas, como se já esperassem a presença da polícia"
Segundo Murata, outro fato “gerou estranheza” após a deflagração da operação.
“O fato de esposas que receberam a polícia durante a execução dos mandados se portarem totalmente tranquilas, como se já esperassem a presença da polícia”, disse, no ofício.
"Fique à vontade"
Ela citou que uma das esposas, “ao receber uma equipe de policiais em sua residência durante as buscas informou apenas que seu marido estava trabalhando em Chapada dos Guimarães, ‘mas a polícia podia ficar à vontade’".
Ela relatou que, curiosamente, o celular do marido investigado estava na residência. “O que leva a crer que houve uma tentativa de ‘despistar’ a polícia que, sabidamente atua com serviços de inteligência”.
“Referidos fatos similares também ocorreram com os outros investigados Dalmi Fernandes Defanti Júnior, Fábio Martins Defanti e Alessandro Francisco Teixeira Nogueira, inclusive conforme detalhadamente consta do laudo pericial e do relatório acima mencionado, restou estampada a vontade dos investigados em apagar as provas possivelmente existentes contra eles”, disse.
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