Homem dizia ser da ONU para dar golpes em GO Homem, que afirma ser jornalista e poliglota, teria lesado 3 vítimas em Goiás. Detido com documentos falsos, em um dos casos, ele subtraiu R$ 30 mil.
Um homem de 49 anos foi preso em flagrante nesta sexta-feira (19) suspeito de ludibriar e se aproveitar dos bens de três mulheres entre 45 e 50 anos, em Goiânia. Segundo a Polícia Civil, José Ricardo Silva Santos se apresentava para as vítimas como jornalista rico, fluente em oito línguas e representante das Organizações das Nações Unidas (ONU) no Chile. A polícia acredita que todas as informações são mentirosas.
Ao ser apresentado, o suspeito negou os crimes. Ele admitiu que não tem nenhum cargo na ONU, mas não revelou o porquê da mentira. Ricardo alegou ainda que apenas pegou dinheiro emprestado com as mulheres. "Nunca iludi ninguém, namorava como qualquer um. Acho que elas me denunciaram porque eu fiz uso do dinheiro que elas me emprestaram. Fiquei de pagar, mas meus negócios não deram certo", disse, sem informar do que se tratava.
A detenção ocorreu no Setor Universitário. Segundo a delegada Ana Elisa Gomes, titular da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam), as três mulheres haviam prestado queixa, entre os meses de janeiro e maio deste ano, pelos crimes de injúria, ameaça e vias de fato. Em um dos casos, havia sido expedido um mandado de prisão. Além disso, ele apresentou documentos falsos no momento em que foi abordado, o que caracterizou o flagrante.
Em todos os casos, o suspeito morou com as vítimas. "Ele conhecia as mulheres e acaba se relacionando afetivamente com elas. As vítimas confiavam nele. Uma delas, que trabalha em uma secretaria de estado de Goiás, teve que fazer uma viagem e ele se colocou à disposição para pagar algumas contas. Ela então deixou o cartão e a senha com ele, que acabou lesando-a em cerca de R$ 30 mil", afirmou a delegada.
Ainda segundo Ana Elisa, ele chegou a se casar com uma das mulheres e manter, paralelamente, o relacionamento com outra. As denúncias surgiram após as vítimas perceberem que estavam sendo trapaceadas. "Quando elas descobriam que ele não era tudo aquilo que falava, começava os ciclos de violência, com ameaças e ofensas verbais. Elas queriam se distanciar dele, mas ele insistia em manter o relacionamento", explica.
Nos outros dois casos, Ricardo convenceu as vítimas a abrir empresas no nome delas para que ele pudesse administrá-las.
Documentos falsos apreendidos com Ricardo
(Foto: Sílvio Túlio/G1)
Turbante
Junto com Ricardo, no momento da prisão, a polícia encontrou três identidades falsas. Segundo a delegada, em uma delas, ele se apresentava com um nome falso e dizia ser um milionário asiático. "Ele dizia que era brasileiro, mas que tinha descendência árabe. Até usava turbante", revela.
O suspeito estava no carro GM Corsa, que afirmou ser de sua atual namorada. A mulher, que foi chamada até a delegacia, confirmou ao G1, sem se identificar, que mantinha um relacionamento com ele há cerca de um mês.
"Ele me disse que era jornalista e que falava oito línguas. Disse também que morava em Brasília e trabalhava lá em um ministério. Nunca desconfiei de nada, mas agora, depois disso, quero é me afastar dele", afirmou.
Ricardo foi preso em flagrante por uso de documento falso, além do mandado de prisão pelos crimes de injúria, ameaça e vias de fato. Se condenado por esses crimes, pode pegar de 1 a 9 anos de prisão.
Contra ele, também já corre outro processo por estelionato, na Delegacia Estadual de Investigações Criminais (Deic), para onde será transferido ainda nesta sexta-feira.
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