Pichação e gritos ameaçam mulher que esqueceu menino em carro no Rio
“Vida se paga com vida”. A frase, escrita no muro do terreno onde moram vários parentes de Claudia Vidal da Silva, incluindo a própria, causou revolta na família, que chegou a acionar a polícia. Segundo eles, a mulher, por conta do medo, não é vista no bairro de Vigário Geral há uma semana, desde a noite da última sexta-feira, quando morreu o menino Gabriel de Oliveira, de 2 anos, deixado por ela no interior de um carro particular utilizado irregularmente para fazer transporte escolar.
A pichação foi feita na tarde de sábado, um dia após a tragédia, e apagada por um irmão de Claudia horas depois. Os gritos de “assassina” durante a madrugada se tornaram comuns, embora já tenham começado a rarear.
— Ela também está sofrendo muito, não para de chorar — desabafa uma irmã, acrescentando: — Se ela errou, tem que pagar, mas é na Justiça.
Claudia mora no pavimento superior da segunda casa do terreno, que totaliza dez residências pertencentes à família. No local, ela vive — ou vivia, já que os parentes não sabem se voltará — com o marido e os filhos, de 11, 8 e 4 anos, além da mãe, de 91. A idosa, por enquanto, mudou-se para o andar debaixo, de onde, a cada ligação de Claudia, insiste em vão numa conversa.
Quando investiu as economias para comprar uma Fiat Doblò, há quatro anos, Claudia tinha a intenção de ajudar o marido, motorista de van, a manter a casa. Na última sexta, porém, um problema no veículo fez com que ela usasse um Gol para transportar Gabriel, a quem levava para a creche desde 2013.
Inicialmente, ela contou à polícia que passou mal dentro do carro e desmaiou por duas horas. A investigação, contudo, apontou que a mulher teria deixado Gabriel no veículo enquanto fazia as unhas. Agora, Claudia é esperada entre esta sexta e segunda-feira na 27ª DP (Vicente de Carvalho) para prestar novo depoimento.
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