Criação de vagas formais no país recua 82% em 1 ano No mês passado, foram geradas 8.381 vagas com carteira assinada. Na parcial do ano, foram criados 938 mil postos, com queda de 39%
O país gerou 8.381 vagas de emprego formais no mês de novembro, segundo os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego nesta quinta-feira (18). De acordo com o governo, o saldo de postos gerados é resultado da admissão de 1.613.006 e da demissão de 1.604.625 trabalhadores.
Segundo dados oficiais, o saldo de empregos gerados em novembro representa uma queda de 82% em relação ao mesmo mês de 2013, quando foram criados 47.486 postos de trabalho com carteira assinada. O resultado também é o pior para um mês de novembro desde 2008, durante a crise financeira mundial, quando foram cortadas 40.821 vagas formais – ou seja, é o pior em seis anos.
Apenas três dos oito setores da economia pesquisados registraram expansão do emprego em novembro, informou o Ministério do Trabalho. O comércio abriu 105 mil vagas e os serviços contrataram 29,5 mil trabalhadores no mês passado. Por outro lado, setores como a indústria de transformação, a construção civil e a agricultura tiveram demissões em novembro, de, respectivamente, 43,7 mil, 48,8 mil e 32,1 mil trabalhadores.
"E atípico porque normalmente outubro é melhor do que novembro", disse o ministro do Trabalho, Manoel Dias, ao comentar o resultado. "Esperávamos muito mais de outubro e não aconteceu", completou.
O ministro do Trabalho, Manoel Dias, fala em
Florianópolis sobre a criação de empregos
(Foto: Cristiano Anunciação/G1)
Acumulado do ano
No ano, o saldo de vagas geradas é positivo, em 938,04 mil postos de trabalho com carteira assinada. Com isso, houve uma queda de 39,3% frente ao mesmo período de 2013 – quando foram gerados 1,54 milhão de empregos formais.
O resultado da criação de empregos formais, no acumulado dos onze primeiros meses deste ano, também foi o pior, pelo menos, em 13 anos, ou seja, desde o início da série disponibilizada pelo governo em 2002. Também foi a primeira vez que o saldo ficou abaixo de um milhão neste período.
Os números de criação de empregos formais do acumulado de 2014, e de igual período dos últimos anos, foram ajustados para incorporar as informações enviadas pelas empresas fora do prazo (até o mês de outubro). Os dados de nvoembro ainda são considerados sem ajuste.
O ministro avaliou que a continuidade das políticas públicas irão contribuir para a geração de empregos no país e que o mercado de trabalho não deverá ser prejudicado pelos ajustes na política econômica. "Vamos continuar gerando emprego em 2015", disse.
Setores da economia em 2014
Segundo o Ministério do Trabalho, o setor de serviços liderou a criação de empregos formais nos onze primeiros meses deste ano, com 614.782 postos abertos, contra 652.522 no mesmo período do ano passado. O setor inclui trabalhadores como médicos, vendedores de lojas, manicures, corretores de imóveis, garçons e motoristas.
A indústria de transformação, como as refinarias de petróleo, foi responsável pela contratação de 7.990 trabalhadores com carteira assinada no mesmo período. De janeiro a novembro do ano passado, ela abriu 289.937 vagas. O resultado até novembro deste ano foi o pior, pelo menos, desde 2002.
A construção civil, por sua vez, registrou a abertura 25.452 trabalhadores com carteira assinada de janeiro a novembro deste ano, contra 182.454 vagas no mesmo período de 2013. Já o setor agrícola gerou 63.276 empregos nos onze primeiros meses deste ano, contra a abertura de 73.849 vagas no mesmo período do ano passado.
O comércio, por sua vez, registrou a abertura de 191.533 vagas formais de janeiro a novembro deste ano, contra 296.376 vagas abertas nos onze primeiros meses de 2013.
Regiões do país na parcial do ano
Segundo números oficiais, o emprego formal cresceu em todas as regiões do país nos onze primeiros meses deste ano. No período, a Região Sudeste abriu 394.957 empregos com carteira assinada, em comparação com 711.957 no mesmo período do ano passado. Ao mesmo tempo, a Região Sul abriu 239.780 (contra 360.803 no mesmo período de 2013).
A região Centro-Oeste foi responsável pela abertura de 107.328 postos formais de emprego de janeiro a novembro deste ano, enquanto que a Região Norte teve a abertura de 48.006 postos de trabalho com carteira assinada. A Região Nordeste, por sua vez, registrou a abertura de 147.972 empregos com carteira nos onze primeiros meses deste ano.
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