Condenado a 48 anos, ex-capitão da PM ganha liberdade condicional Ele foi condenado como mandante de um atentado contra um delegado da Polícia Civil
Após oito anos preso, o ex-capitão da Polícia Militar, Mário do Carmo Moreira dos Santos, de 60 anos, ganhou a liberdade condicional na última quarta-feira (17).
Ele cumpria pena em regime fechado em um presídio militar por diversos crimes - totalizando uma sentença de 48 anos -, dentre elas uma condenação a 10 anos de prisão por ser o mandante do atentado contra o delegado da Polícia Civil Roberto de Almeida Gil, em novembro de 1997.
Com a progressão de pena, ele poderá trabalhar durante o dia. Ao MidiaNews, o advogado de defesa do ex-militar, Neyman Monteiro, afirmou que seu clinete já havia cumprido todos os requisitos necessários.
“Ninguém pode ficar preso por mais tempo que a lei determina e, no caso do meu cliente, os requisitos para obter a liberdade já estavam ultrapassados, por esse motivo lhe foi concedida a progressão de regime e ele está em liberdade”, disse. Ele não informou em qual prisão o ex-militar cumpria pena.
Tentativa de homicídio
A tentativa de homicídio contra o delegado Gil aconteceu no dia 5 de novembro de 1997, quando ele chegava em sua residência no bairro Altos do Coxipó, em Cuiabá.
O delegado desceu de sua picape e percebeu um Fiat Uno estacionado de forma suspeita.
“Ele desceu armado e percebi que tinha gente atrás e na frente e o Gil foi atirando pela frente e por trás. Com isso, conseguiu se salvar”, relembrou um delegado, amigo dele, que presenciou a cena.
Dois suspeitos, P.R. e F.T., foram baleados por Gil. Um terceiro conseguiu fugir e, até hoje, nunca foi identificado.
Horas depois, F.T. foi encontrado morto em uma estrada deserta na saída da Capital.
P.R. foi levado ao Pronto-Socorro de Cuiabá, mas o hospital foi invadido por homens encapuzados que o executaram a tiros e abandonaram o corpo no pátio de um posto de combustível.
Prisões
Em 2001, o ex-militar foi preso em Tangará da Serra e condenado a 30 anos de prisão, sendo 14 anos por tráfico de drogas.
Segundo a sentença, ele colaborou com traficantes bolivianos, dando apoio logístico ao levar combustível para os criminosos. Ele foi sentenciado ainda pelos crimes de roubo de carreta e receptação.
Ainda em 2001, ele foi excluído dos quadros da Corporação e entrou com recurso alegando que havia contribuído para sua aposentadoria. Ele ganhou em primeira instância, mas depois a decisão foi revogada.
Na sua última prisão, em julho de 2007, o ex-capitão foi preso em flagrante por policiais federais com 21,7 quilos de cocaína, sendo preso novamente pelo tráfico de drogas.
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