Um ano depois, motorista que matou adolescente na calçada está impune Condutor invadiu a calçada e atropelou menino na porta de casa, em Cuiabá. Familiares da vítima se dizem revoltados com a impunidade do motorista.

Adolescente estava com familiares na calçada em
frente à casa. (Foto: Silvio Somavilla / TVCA)

Um ano depois da morte do adolescente Andrei Lara Figueiredo, de 13 anos, o motorista do veículo que atropelou o garoto na frente da casa dele, no Bairro Chácara dos Pinheiros, em Cuiabá, não foi punido e o caso não teve nenhum desfecho. Na data do atropelamento, que completou um ano neste domingo (14), o condutor de um carro de passeio que estaria supostamente embriagado fugiu do local. O inquérito do caso ainda não foi concluído pela Delegacia Especializada em Delitos de Trânsito e faz parte dos 6 mil processos de investigação que precisam ser encerrados pela Polícia Civil.

Dois dias depois do acidente ele havia sido identificado pela Polícia Civil. Na época, o delegado Cristian Cabral, da Delegacia Especializada em Delitos de Trânsito, responsável pela investigação, contou que por meio dos relatos das testemunhas e da placa do carro foi possível identificar o suspeito. No entanto, ele não foi encontrado. O motorista deve responder por homicídio culposo - quando não há intenção de matar.

A Polícia Civil informou que foi pedido a prorrogação do prazo para o término das investigações e, após a Justiça conceder mais tempo, o inquérito retornou para a polícia no final do mês passado. O delegado Marcelo Graciano, que atualmente é responsável pelo inquérito, aguarda perícia e imagens para auxiliar no trabalho. O suspeito ainda não fou ouvido e só deve ser ao final do inquérito, de acordo com a polícia.

A falta de conclusão do inquérito e, consequentemente, da punição do culpado pela morte do adolescente são motivos de revolta para os familiares. O tio do garoto, Benedito Lara, disse que a situação se torna mais difícil pela impunidade do responsável pela morte. "Bateram e mataram meu sobrinho e ninguém investigou. É um ano muito difícil para a família", disse o tio.

Segundo ele, a indignação é tanta que ele já chegou a pensar em fazer 'Justiça com as próprias mãos'. "Sou temente a Deus, se não seria olho por olho e dente por dente. Sabemos quem é ele [o motorista], mas ele nunca foi preso, nem mostrado", disse. Benedito contou que a única medida tomada após o atropelamento de Andrei foi a construção de quebra-molas na rua. "Mas isso é muito pouco e não irá trazê-lo de volta", reclamou.

Após o atropelamento, o adolescente foi atendido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e levado ao Pronto-Socorro de Cuiabá. Ele morreu na unidade de saúde.

Andrei estava na calçada em frente à casa da família, que estava reunida no local na tarde daquele sábado. Testemunhas relataram que o veículo trafegava pela rua em alta velocidade e acertou a criança quando os familiares faziam uma refeição do lado de fora da casa, sentados na calçada.

O carro ficou danificado apenas na parte da frente, mas a criança teve ferimentos graves. (Foto: Silvio Somavilla / TVCA)