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Polícia
Domingo - 14 de Dezembro de 2014 às 23:44
Por: *JOSÉ ANTONIO LEMOS DOS SANTOS

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Rogério Florentino Pereira/ Olhar Direto

O número de assassinatos registrados em Cuiabá e Várzea Grande choca. O ano de 2014 ‘acumula’ um saldo de 452 execuções. Dezembro, em 14 dias, ‘tem o saldo' de 24 crimes. A ‘tradução’ desses dados pode ser mensurada na sensação de insegurança que permeia a população. Nas mídias sociais, por exemplo, é possível encontrar debates acalorados em que se questiona qual a solução para a questão. Na prática, a tradução dos números revela que em média, a cada 19 horas, uma pessoa morreu nas duas maiores cidades do Estado. Até novembro, quando se somavam 428 execuções, Várzea Grande – de acordo com a estatística oficial divulgada pela Polícia Civil - registrava 202 mortes e Cuiabá outras 226, totalizando 428.


A taxa de assassinatos em Mato Grosso nos últimos dois anos supera a taxa média brasileira. No Estado, em 2012, foram 948 crimes registrados e em 2013, outros 1.041. As taxas chegaram a 30,4% (2012) e 32.6% (2013) enquanto que no país, a média mais alta atingiu a 25,9% por grupo de cem mil pessoas. Os dados foram divulgados no mês de novembro pelo Fórum de Segurança Brasileira, que compilou dados sobre a violência em todo o país e tem como base dados da Secretaria Nacional de Informações de Segurança Pública, Prisionais e Sobre Drogas (Sinesp) e ainda da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp).

Para o secretário de Segurança Pública de Mato Grosso, Alexandre Bustamante, a reflexão sobre a questão é complexa e as medidas implementadas dependem de ações conjuntas entre legislação, saúde, educação e a área social. Ele reconhece que os números são altos e avalia que Mato Grosso não emprega de uma metodologia com subterfúgios para mascarar os dados recentemente divulgados.

“A questão da violência tem que ser discutida como um todo. Não só o que acontece em Cuiabá, não só em Mato Grosso, mas no Brasil inteiro, é preciso, diálogo e diagnosticar causas. Eu já discuti com muita gente sobre isso... Quem é responsável pela crucificação de Jesus Cristo? Se o povo judeu que levou a Pilatos? Se é Pilatos? Se o povo que levou ele à júri? Ou se é aquele polícia que o levou até lá?".

E continua a reflexão: " Parece que todas as mazelas e da culpa daquele militar que prendeu Jesus Cristo na cruz, mas antes disse existe toda uma cadeia, uma formação escolar, uma formação familiar, uma cadeia que existe, a legislação, por exemplo”.

Bustamente, que há sete anos atua na área de segurança, sendo dois sendo titular da pasta, conta que investimentos foram feitos, mas o Executivo não tem poder para mudar as leis.

“Não discutimos a lei. Somos o Executivo. Nós cumprimos. A sociedade não entende. Uma pessoa pega 30 anos, cumpre um sexto da pena e cumpre cinco anos e sai. São coisas que muitas vezes a sociedade não entende e temos que começar a discutir isso. As ações objetivas de segurança dependem de posturas que refletem na segurança . Nós não temos a criança 24 horas na escola. A criança esta, muitas vezes, relegada às ruas. E essa criança conhece autoridade? Quem passa esse limite? Isso reflete onde? Nos próximos anos vai ser muito difícil a sociedade perceber qualquer reflexo de ação de policia, não é somente ação de polícia. É um conjunto trazendo melhores instrumentos para que a polícia possa trabalhar. Preciso mais rigor em determinados crimes”.

Questionado sobre os investimentos, ele cita que nos últimos sete anos foram realizados dois concursos públicos, e que a somatória geral de policiais e bombeiros chegou a seis mil, número ainda aquém da necessidade real do Estado.

“Não se trata somente de estrutura. Você tem o carro, mas necessita de gasolina, tem que colocar um homem, um policial, ataca de um lado, faz uma compressão aqui, ataca o problema de ouro lado. Houve avanço na remuneração, na legislação dos policiais, em sete anos, dois concursos, entraram cerca de seus mil homes. O efetivo ainda é um grande gargalo, mas você ainda tem que somar, por exemplo, nós difundimos em quase todos os municípios câmeras. E onde tem câmeras e naquele local a criminalidade diminuiu”.

Ele ainda afirma que em 2013, o número de prisões efetuadas chegou a 23 mil, mas que sem uma resposta mais célere quanto aos julgamentos “a sensação da pessoa é que a impunidade vai alcança-lo”.





Fonte: Olhar Direto

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