Acidente que causou três mortes segue sem causa definida Peritos reclamam de "cena bagunçada"; delegado aguarda depoimentos de sobreviventes
As investigações que apuram as causas do grave acidente que matou três pessoas e deixou cinco feridos em cima do viaduto da Avenida Fernando Corrêa da Costa, na Capital, estão "emperradas", segundo o delegado de Delitos de Trânsito, Christian Cabral.
Reprodução
O acidente envolveu seis veículos – entre eles, uma moto e uma viatura da Polícia Militar - e ocorreu na madrugada do dia 26 de novembro
O acidente envolveu seis veículos – entre eles, uma moto e uma viatura da Polícia Militar - e ocorreu na madrugada do dia 26 de novembro.
O principal problema, segundo o delegado, é a falta de testemunhas hábeis a serem ouvidas, uma vez que a maioria segue internada - algumas em estado grave - no Pronto-Socorro da Capital.
Segundo Cabral, o depoimento dos sobreviventes é essencial para esclarecer a exata ordem dos fatos que resultou nas múltiplas colisões sobre o viaduto.
"Todos os feridos estão internados e não devem receber alta logo. Então, as investigações estão emperradas. Além disso, dependemos do laudo para calçar qualquer situação. É a prova que precisamos”, destacou.
"Todos os feridos estão internados e não devem receber alta logo. Então, as investigações estão emperradas. Além disso, dependemos do laudo para calçar qualquer situação. É a prova que precisamos"
No relatório parcial já feito pela Polícia, os peritos que atenderam a ocorrência destacam que o local estava "todo bagunçado", uma vez que o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) precisou alterar a cena para realizar o atendimento aos feridos.
Com isso, segundo o delegado, a dinâmica do acidente não ficou totalmente claro conforme as ordens dos acontecimentos.
Viatura em local impróprio
Uma das hipóteses levantadas pelo delegado é de que a viatura da PM estaria estacionada em um local impróprio, quando outros dois veículos – um Corolla e um Fiat Punto – bateram forte, provocando as mortes.
A confirmação, no entanto, depende do laudo de local, uma vez que o motorista do Gol que estacionado na contramão, J.L.J., de 24 anos, foi o único ouvido até o momento, mas não se recorda de como as colisões ocorreram, porque estava embriagado.
Ele foi apontado, inicialmente, como o causador acidente e foi preso sob acusação de dirigir embriagado.
Até o momento, as investigações apontam apenas que tudo teve início por volta das 3h30 daquele dia, quando J.L.J. tentou subir o Viaduto da MT-040 pela contramão e bateu na mureta de proteção, ficando inconsciente dentro do carro.
Uma viatura do 9º Batalhão com dois policiais, incluindo o cabo PM D.S. - hoje internado - foi atender a ocorrência.
Nisso, o Corola e o Fiat Punto colidiram com a traseira da viatura. Além disso, se envolveram também um Gol e uma motocicleta, totalizando seis veículos.
Secom-MT |
Delegado Christian Cabral: uma das hipóteses para a causa das múltiplas colisões seria a viatura da PM em local impróprio |
“Ele admitiu ter ingerido bebida alcoólica antes de entrar no carro, mas como não soube descrever como ocorreu o acidente envolvendo os demais carros, seu depoimento pouco esclarece”, explicou o delegado.
Cabral destacou que, devido ao tempo de prazo legal de conclusão do flagrante ter terminado e somado ao fato das vítimas estarem impossibilitadas de prestar depoimento, ele segue "no escuro" sobre o que ocorreu e, com isso, não pode finalizar o inquérito.
“Podemos dizer que não existem condições de discussão, na atual fase das investigações, para esclarecer o acidente que resultou em três mortes”, disse.
Vítimas
Até agora, morreram três vitimas - o motorista do Corola, D.S.K., de 25 anos, e o motorista e o passageiro do Fiat Punto – L.S.C., de 30 anos, e J.P.B., de 27 anos.
Entre os internados em estado grave está o policial militar Demétrio Silva, 45, que estava em coma induzido, devido à gravidade das lesões, na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
O policial foi atropelado e arremessado contra a mureta de proteção do viaduto, tendo sofrido lesões nas pernas, além de traumatismo craniano e torácico.
Também segue na UTI do Pronto-Socorro o jovem M.K., de 18 anos.
Ele está sedado e sofreu contusão pulmonar, laceração do fígado e fratura do quadril.
Apesar de seu caso ser considerado grave, ele está estável.
O caso menos grave, segundo a assessoria do Município, é o do motociclista J.P.F.S., de 22 anos.
Ele está internado na enfermaria ortopédica para recuperação, depois de sofrer uma fratura de bacia durante o acidente.
Comentários