Arenápolis News - arenapolisnews.com.br
Cidades
Segunda - 17 de Novembro de 2014 às 15:14
Por: *JOSÉ ANTONIO LEMOS DOS SANTOS

    Imprimir


Os três grupos políticos que disputaram o governo do Estado na eleição geral deste ano agora pleiteiam o comando da Associação Mato-grossense dos Municípios (AMM). A divisão vem se vislumbrando, embora todos os pré-candidatos ao cargo de presidente da entidade mantenham o discurso de não interferência de partidos no pleito e até cogitem a possibilidade de formação de uma chapa única.

O período eleitoral na AMM ainda não se iniciou formalmente. A associação ainda não compôs uma comissão para organizar o pleito e sequer definiu a data da votação. Ainda assim, as articulações já estão a todo vapor no que depende dos prefeitos. Pelo menos seis nomes chegaram a ser ventilados, mas apenas três já se anunciam como pré-candidatos.

O postulante que representaria o grupo do atual governo é o prefeito de Alto Paraguai, Adair Moreira Alves (PMDB), que já disputou, sem sucesso, a última eleição para a presidência da AMM, quando foi eleito o prefeito de Juscimeira, Valdecir Luiz Cole, o Chiquinho do Posto (PSD).

Já o considerado candidato do governo que se inicia em janeiro de 2015, com a posse de Pedro Taques (PDT) como chefe do Palácio Paiaguás, é o prefeito de Glória D’Oeste, Nilton Borgato (PSDB).

Pelo PSD, que lançou a candidatura a governador do deputado estadual José Riva, que, posteriormente, foi substituído por sua esposa, Janete, disputará o prefeito de Nortelândia, Neurilan Fraga.

Os discursos dos três são semelhantes. Defendem uma mudança na forma de conduzir a AMM e o resgate daquela que seria a principal e original atribuição da entidade: representar e auxiliar os municípios do Estado no trato com os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, tando em ambito estadual quanto nacional.

Para isso, todos defendem que não haja interfência de grupo políticos e que a decisão sobre quem será o novo presidente se restrinja aos prefeitos. É comum ainda a ideia de que a entidade não se coloque como situação ou oposição ao próximo governo. No lugar disso, adote uma postura autônoma.

Conforme Borgato, no entanto, a parte da não interferência de partidos no pleito, por enquanto, tem ficado apenas no discurso. O tucano, que anos atrás abriu mão de uma candidatura à presidência da AMM, segundo ele, sob influência de lideranças políticas, afirma que parte dos 22 prefeitos de sua região e que o estariam apoiando já vem sofrendo pressão de suas legendas.

Ainda assim, ele acredita na possibilidade de formação de uma única chapa, que reúna todos os grupos em torno de um só objetivo. “Para mim, seria fundamental que isso acontecesse. Uma demonstração de grandeza, um passo importante que revelaria maturidade e que a associação vai, de fato, tomar um novo rumo”, avalia.

Adair afirma que tem trabalhado por isso. O peemedebista sustenta ter um bom trânsito entre membros dos três grupos políticos e diz já ter iniciado um diálogo, tanto com os possíveis adversários, quanto com os prefeitos que serão eleitores. “Minha intenção é construir uma candidatura única, que junte equipes de diferentes correntes. Já falei com alguns pré-candidatos e senti que há uma disposição para isso. Um entendimento de que a disputa não seria benéfica, porque precisamos rever o papel da AMM”.

Neurilan, por sua vez, reconhece que, apesar do discurso de união, nenhum dos pré-candidatos tem se mostrado disposto a abrir mão de pleitear o cargo de cabeça de chapa. Para o pessedista, se o cenário não mudar, embora seja a melhor opção (em sua avaliação), o pleito com apenas uma candidatura não deve acontecer.

“Existe um desconforto entre as lideranças políticas de grupos diferentes, que é natural. Por isso é que eu acho que não deve haver essa interferência na eleição da AMM. Precisamos chamar essas lideranças para fazer alianças com a associação, mas não para decidir a eleição”.

Um ponto sobre o qual todos os candidatos parecem, de fato, concordar é quanto às mudanças na forma de conduzir a AMM. O entendimento geral é o de que a entidade deixou de lado a atribuição de representar as reivindicações das prefeituras perante o Estado devido a proximidade de sua gestão com o governo.

Um reflexo claro disso, conforme os pré-candidatos, são os atrasos em repasses que o Estado precisa fazer aos municípios. Ao longo dos últimos dois anos, os valores destinados à saúde foram os protagonistas desse embate. Tempos atrás, no entanto, outros setores também passaram a ser afetados, como o transporte escolar.

Na lista de queixas quanto à falta de contrapartida do governo de Mato Grosso estão ainda as obras de recuperação de estradas e uma queda dos valores referentes à distribuição do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). O Estado estaria cumprindo a meta de destinar 25% às prefeituras, mas essa porcentagem estaria sendo trabalhada com base nos valores líquidos e não brutos da arrecadação.

Neurilan, que é filiado ao mesmo partido do atual presidente da AMM, Chiquinho do Posto, apesar de concordar, sai em defesa do correligionário. Segundo ele, o problema não é recente, se arrasta a várias gestões. “Por isso que minha posição é que a AMM seja autônoma. Nunca compactuei com esse atrelamento ao governo ou a grupos políticos, mas não foi só o Chiquinho que fez isso”.

Adair e Borgato defendem ainda uma associação melhor relacionada com o Ministério Público e com o Tribunal de Contas do Estado (TCE), para que problemas jurídicos comuns às prefeituras possam ser resolvidos com mais diálogo e menos processos e punições.

“Os prefeitos têm quase 12 mil leis para cumprir e não têm recursos suficientes para isso. O dinheiro fica muito concentrado no governo federal e estadual”, pontua o peemedebista.





Fonte: A Gazeta

Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://arenapolisnews.com.br/noticia/98297/visualizar/