Em chacina de 5, mulher tentou parar assassino Cinco pessoas foram mortas na cidade de São Miguel do Tapuio no Piauí. Familiares aguardam no IML de Teresina a liberação dos corpos.
O comerciante Claudionor Barros revelou ao G1 que seria um dos alvos de Clewilson Vieira Martins apontado pela polícia como autor da chacina que matou cinco pessoas nessa quinta-feira (30) na comunidade rural Palmeira de Cima, em São Miguel do Tapuio, Norte do Piauí. Claudionor acredita que o irmão Claúdio Barros de Oliveira foi morto no seu lugar já que o atirador chegou na sua casa perguntando por ele, mas sua mulher disse que o comerciante não estava.
Claudionor Barros acredita que irmão morreu no seu lugar (Foto: Juliana Barros/G1)
“Ele chegou na minha casa perguntando por mim, e eu estava dormindo no quarto ao lado. Minha mulher disse que eu não estava lá, e aí ele atirou para cima e depois saiu. Quando fiquei sabendo, meu irmão já havia sido morto por ele que era seu compadre”, relatou.
Os corpos das cinco vítimas chegaram na madrugada desta sexta-feira (31) no Instituto Médico Legal (IML) de Teresina. Emocionados e ainda inconformados com o crime, familiares vieram à capital acompanhar a liberação dos corpos. Segundo a polícia, o autor da chacina seria o agricultor Clewilson Vieira Matias, 35 anos, que matou a própria mulher e outras quatro pessoas.
Zoe da Silva, mulher de Juvêncio relata que viu o
marido morrer (Foto: Juliana Barros/G1)
Os corpos de Maria Moreira do Nascimento, do líder comunitário Juvêncio dos Reis da Silva, Sidney Tavares da Silva (neto de Juvêncio) e o comerciante Cláudio Barros de Oliveira serão levados para São Miguel do Tapuio. Já a família do professor Roberto Brito Bastos providenciará o traslado do corpo para Fortaleza, no Ceará.
Bastante abalada, Zoe da Silva, mulher de Juvêncio dos Reis contou que estava almoçando quando ouviu uma batida na porta e já foi surpreendida por Clewilson já dentro da sua casa e atirando contra o marido que estava sentado. “Ele ainda se levantou e perguntou o que estava acontecendo. Depois ele agarrou meu marido pela gola da camisa e o arrastou para fora da casa e continuou atirando. Eu peguei uma cadeira e fui para cima para tentar defender meu companheiro. Nesse momento ele estava esfaqueando meu marido, e depois tentou me esfaquear também, inclusive acertou minha mão. Ele fez tudo sem falar nada. Ainda apontou a arma para mim antes de sair, mas não atirou. Não iria deixar o meu companheiro sozinho, nem se eu morresse também”, falou.
“Eu estava com meu neto em casa assistindo televisão. Quando ouvi parecia o barulho de uma bomba. Até pensei que fossem fogos de artifício. Depois fiquei sabendo que meu irmão havia sido morto em casa”, contou Francisca dos Reis, irmã de Juvêncio.
O clima em São Miguel do Tapuio ainda é de medo e desolação. O comércio permanece fechado e a polícia ainda não tem pistas do local para onde o suspeito possa ter fugido. A Prefeitura Municipal decretou luto de três dias.
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