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Sábado - 31 de Agosto de 2013 às 13:12

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Depois da reforma serão 40 leitos infantis, 10 de UTI, 5 de semi-UTI e 25 de enfermaria
Depois da reforma serão 40 leitos infantis, 10 de UTI, 5 de semi-UTI e 25 de enfermaria
A Justiça Estadual entregou, nesta sexta-feira (30), o projeto arquitetônico de reforma da ala pediátrica do Hospital Pronto-Socorro de Cuiabá, que fica no terceiro andar. Há dois anos, a administração municipal retirou as crianças do local para desinfecção e reforma e nunca mais devolveu o espaço às crianças. A área foi ocupada pela UTI para adultos por um tempo e a Capital perdeu os únicos leitos públicos de UTI.

O Ministério da Saúde já destinou R$ 2,5 milhões para a obra, o Governo do Estado também se comprometeu por escrito a disponibilizar mais R$ 1 milhão. Depois da reforma serão 40 leitos infantis, 10 de UTI, 5 de semi-UTI e 25 de enfermaria, inclusive contando com área de isolamento, coisa que o Estado não possui hoje.

Este projeto é resultado de uma luta e de um trabalho de convencimento da juíza Gleide Bispo dos Santos, titular da Vara da Infância e Adolescência de Cuiabá, junto ao ex-prefeito Chico Galindo (PTB) e ao prefeito Mauro Mendes (PSB), que durou 1 ano e meio. A magistrada correu atrás e conseguiu que a elaboração do projeto fosse patrocinada pela UNIMED. Também somaram esforços médicos pediatras indignados com as frequentes mortes de crianças na unidade.

O Ministério Público também interveio e fez a Prefeitura assinar um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) se comprometendo a entregar a obra até fevereiro de 2014. “Hoje é um dia de muita alegria para nós, é a demonstração de que um trabalho conjunto resulta em grandes feitos”, ressalta a magistrada.

A juíza Gleide sabe bem da realidade das crianças que dependem do SUS na Capital. Ela observa que as crianças morrem no Pronto-Socorro por problemas simples como falta de respirador e medicamentos. “Diariamente temos perdido crianças que morrem sem necessidade”, observa. Ela conta que o prefeito Mauro Mendes estava reticente em liberar a reforma, porque já tinha o projeto de construir um novo Pronto-Socorro. Mas a construção de uma nova unidade demora três anos e até lá como ficariam as crianças?”, salienta.

A intensivista pediátrica Antônia Novais também atestou que a realidade na unidade é muito triste. “A situação no Pronto-Socorro é caótica, morrem crianças semanalmente. A situação é grave porque é um hospital que recebe a demanda do estado inteiro, das policlínicas e tem porta aberta para o SAMU”, frisou a médica emocionada.

Uma criança de dez anos morreu no último sábado esperando por vaga em UTI e quando conseguiu já era tarde. Outra aguarda cirurgia, pois tem tumor no cérebro e os pediatras da unidade temem pela vida da menina.

O secretário de Obras de Cuiabá, Marcelo de Oliveira, o Marcelo Padeiro, afirmou que vai fazer uma pré-análise do projeto antes de iniciar o processo licitatório. “O importante é que nos unimos para viabilizar este projeto”, afirma.
 





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