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Internacional
Quinta - 03 de Julho de 2014 às 19:01
Por: *JOSÉ ANTONIO LEMOS DOS SANTOS

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Ex-presidente diz que sua detenção foi motivada por 'desejo de humilhar'.

Sarkozy é acusado de corrupção e está sob investigação.

O ex-presidente da França, Nicolas Sarkozy, acusou nesta quartafeira (2), em uma entrevista televisionada, o sistema de justiça francesa de tentar “destruí-lo”, depois que recebeu acusação de corrupção em uma investigação judicial. Sarkozy recusou vigorasamente as acusações e insistiu que “nunca traiu a confiança” do povo francês.

Na entrevista à TV francesa TF1 e à rádio Europe-1, o ex-líder do partido conservador francês revidou as acusações que recebeu depois de que foi interrogado pela investigação judicial que questiona alegações de que ele teria recebido do então dirigente líbio Muamar Kadhafi 5 milhões de euros em fundos ilegais de campanha.

Sarkozy, que ficou detido nesta terça respondendo perguntas sobre sua campanha presidencial de 2007, afirmou que ele estava “profundamente chocado” com sua detenção de 16 horas.

“É normal que eu fique preso por tanto tempo?” questionou Sarkozy. E disse que sua detenção foi motivada por um “desejo de me humilhar”. “Uma parte do sistema judiciário está sendo usada para fins políticos”, acrescentou.

Sarkozy alertou: “No nosso país... há coisas que estão no processo de serem organizadas. Os franceses precisam conhecê-las e, em sua consciência e liberdade, precisam jugar o que está acontecendo”, afirmou sem explicar a que exatamente se referia.

Investigação independente
Mais cedo, o primeiro-ministro Manuel Valls disse que a investigação está sendo conduzida de forma independente do governo socialista. Seu chefe, o presidente Francois Hollande, venceu Sarkozy nas eleições presidenciais de 2012.

“Essa situação é séria. Os fatos são sérios”, disse Valls à TV BFM. “Mas como chefe do governo, estou pedindo que lembremos da independência do sistema judiciário, que precisa conduzir seu trabalho serenamente. O segundo princípio é que ninguém está acima da lei. E, em terceiro lugar, um lembrete importante, há a presunção de inocência”.

Os advogados Thierry Herzog, que trabalha para Sarkozy, e Gilbert Azibert também foram interrogados.

“Essa é mais um caso a corroer a imagem da classe política, porque dá a impressão de que um grupo todo-poderoso acredita estar acima da lei”, disse Jean Garrigues, um historiador político da Universidade de Orleans e Sorbonne.

Os advogados de Herzog e Azibert disse que eles receberam acusações preliminares de tráfico de influência. Depois da investigação, os juízes determinarão se realizarão um julgamento.





Fonte: G1

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