OCDE: Brasil atingirá nível de renda de países ricos em 2050
Relatório prevê que País demorará mais para atingir nível de renda, caso sejam mantidas as taxas de crescimento atuais
Um relatório divulgado nesta quarta-feira pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), que reúne 34 dos países mais industrializados do mundo, afirma que o Brasil não conseguirá atingir o nível de renda média dos países desenvolvidos até 2050 caso sejam mantidas as taxas de crescimento atuais.
A previsão distancia o Brasil de outros países cujo crescimento chamou atenção nos últimos anos, como a China.
Segundo o relatório, China, Panamá e Cazaquistão estão no caminho certo para equiparar sua renda à de países desenvolvidos nos próximos 35 anos.
Assim como o Brasil, ficaram para trás o México, Colômbia e a África do Sul, entre outros.
"Muitos dos países que esperávamos que se aproximariam das economias avançadas até a metade do século não vão conseguir com as taxas de crescimento de hoje", disse o secretário-geral da OCDE, Angel Gurría.
'Armadilha'
O documento Perspectivas sobre o Desenvolvimento Mundial 2014 afirma que, nas próximas décadas, as economias em desenvolvimento continuarão a crescer mais rapidamente do que as de países mais avançados.
A participação de países que não fazem parte da OCDE no Produto Interno Bruto (PIB) mundial superou a de países da organização em 2010.
O relatório destaca que a desaceleração nas taxas de crescimento de economias mais maduras é "natural", mas afirma que isto se tornou um desafio para o desenvolvimento dos países.
"Aumentar a produtividade poderia ajudar a reforçar o crescimento e reduzir a diferença nos padrões de vida em relação às economias avançadas mais rapidamente", afirmou Gurría.
A produtividade do trabalho na maioria dos países emergentes é inferior à metade da dos países desenvolvidos, segundo o estudo.
Brasil
No Brasil, houve uma queda no nível de produtividade total dos fatores – ou seja, o quanto a economia produz com a mesma quantidade de capital e horas trabalhadas— entre 2000 e 2008, na comparação com países desenvolvidos, de acordo com a OCDE.
O mesmo aconteceu no México e na Turquia.
China e Índia apresentaram crescimento nos índices de produtividade de máquinas e trabalhadores.
A OCDE analisou diversos fatores que afetam a produtividade dos países.
No caso brasileiro, são citados resultados ruins que o País tem no Pisa (exame internacional que afere o nível de educação) e os investimentos, que são menores do que os feitos em alguns países da Ásia.
O relatório aborda também pontos em que o País conseguiu avançar mais do que outras economias emergentes, como o aumento dos índices de emprego, a diminuição da desigualdade social e os investimentos em pesquisa e desenvolvimento.
Para aumentar a produtividade nos países em desenvolvimento, os especialistas sugerem diversificação em áreas de maior valor agregado, como agricultura, indústria e serviços, assim como reformas econômicas e investimentos em inovação.
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