Tangará: vacinação contra gripe na saúde pública atende somente grupos específicos
Um novo caso de óbito com suspeita de H1N1aumenta a preocupação da população em relação à doença no município de Tangará da Serra. Se for confirmada, será a quarta vítima fatal, mas como não há outros casos notificados no município as autoridades descartam um surto da doença.
Sobre a vacinação, a Coordenadora de Vigilância Epidemiológica em Tangará da Serra, Luciléia Rodrigues esclareceu em entrevista à reportagem da Rádio Pioneira que desde o dia 15 de junho, quando foi encerrada a campanha, as doses de vacina que restaram no estoque foram redirecionadas para grupos específicos.
Em torno de duas mil pessoas deixaram de tomar a vacina contra a gripe em Tangará mesmo com recomendação do Ministério da Saúde. “Foram três meses de campanha. Ficamos buscando esta população alvo e muitas destas pessoas não vieram para ser vacinadas. Restaram quase duas mil doses e esta quantidade está sendo redirecionada para outra população. Primeiramente as crianças, já que aquelas crianças que não tomaram a vacina no ano passado tem que tomar uma segunda dose 30 dias após a 1ª vacina. Por isso, deixamos em algumas unidades estas doses prioritariamente para estas crianças”, explica Luciléia.
Além das crianças, outros grupos específicos ainda estão sendo vacinados. “Estamos aplicando para algumas pessoas dos grupos de risco onde há dificuldades de locomoção. É o caso da Vila Esmeralda, do Presidente, Morada do Sol e Bela Vista. Levamos também uma vacinação para professores que tem bastante contato com as crianças e para as pessoas que fazem a limpeza urbana no município”, destaca a coordenadora. Ela voltou a explicar que não há vacinas direcionadas para toda a população. “Pedimos que a população não busque as unidades procurando as vacinas, porque não vieram mais doses do Ministério da Saúde e nós não temos”, disse.
Luciléia explicou que o Ministério da Saúde trabalha com surtos, epidemias e estudos pontuais sobre a quantidade de vacinas para cada localidade. O trabalho foi feito no ano passado, levantando a quantidade de pessoas com maior risco ou mais fragilizadas, não só pelo contato com H1N1, mas também com outras gripes. “O Ministério da Saúde manda doses para esta população mais fragilizada. É uma vacina complicada para ser feita, bastante cara e o Ministério da Saúde direciona estas quantidades”.
CASOS EM TANGARÁ – Apesar do registro de três casos de óbito com confirmação de H1N1, numa população de quase 100 mil habitantes não há surto, segundo a coordenadora. “Tivemos somente três casos confirmados. Apesar dos óbitos, mesmo assim o Ministério de Saúde não nos aponta vacinação. Pelo pequeno volume, não representa um surto. São três pessoas que tinham já alguma probabilidade de ir a óbito, já que pneumonia é uma das doenças que mais mata pessoas neste período sazonal, de gripes. Por isso é feita prevenção, todo o alerta para que as pessoas tenham mais cuidado com a saúde, para não deixar adquirir a doença. No caso de Tangará tivemos estes três casos e temos população de quase 100 mil habitantes o que não representa surto”, reafirmou Luciléia.
Nesta segunda-feira (23) foi registrado mais um óbito com suspeita de presença do vírus H1N1. Uma mulher de 35 anos morreu pouco tempo depois de ser internada na Semi UTI do Hospital Municipal. Segundo familiares, a paciente estava se tratando como se tivesse dengue e o caso está em investigação. Além dela, duas outras mulheres e um vereador no município tiveram confirmação da doença após a morte. O resultado dos exames para confirmação da doença demora de 15 a 20 dias.
PREVENÇÃO – Ela explica que a prevenção da doença inclui atitudes simples e acessíveis. “O melhor é prevenir sempre. É simples: lavar as mãos sempre que tocar qualquer objeto de uso público. O vírus não fica suspenso no ar, ele é transmitido pelas gotículas da saliva ou mucosa. Este cuidado é bastante importante. É bom também manter distância de pessoas que estão doentes e estas pessoas devem evitar espalhar a doença, usando lenço ao tossir ou falar. É preciso também arejar os espaços, não ficar em lugares escuros e úmidos. Importante também que a luz do sol penetre nos ambientes. O sol mata o vírus”, explicou a coordenadora, lembrando ainda que é muito importante ter boa alimentação, e hábitos de higiene adequados.
OS SINTOMAS – Outro aspecto a ser observado é a diferenciação entre um simples resfriado e uma gripe. “Resfriado tem sintomas leves, não tem febre elevada, tem leve dor de cabeça, mal estar geral, escorre o nariz e um pouco de dificuldade com respiração ou tosse. Bem leves os sintomas e em 3 a 5 dias tudo desaparece”, explica a coordenadora.
Já a gripe apresenta sintomas como dor de cabeça mais forte, febre de 38 a 39 graus, dores fortes no corpo, tosse forte, dor nas costas e moleza. “Isto deixa a população mais fragilizada para outros tipos de doenças que podem acometer como bronco pneumonias, pneumonias e outras”, destacou Luciléia.
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