Cidinho defende Maggi e diz que compra de vaga é 'ilação'

O senador Cidinho Santos (PR) saiu em defesa do senador Blairo Maggi (PR) e afirmou que a postura do líder republicano não condiz com as acusações de que ele teria participação direta em um suposto esquema de compra de vaga no Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso (TCE-MT).Na decisão em que autorizou a prisão do ex-secretário Eder Moraes e do deputado José Riva (PSD) - solto na sexta-feira (23) -, na semana passada, o ministro Dias Tofolli, do Supremo Tribunal Federal (STF), citou que documentos apreendidos pela Polícia Federal e as declarações do empresário Júnior Mendonça, comprovariam o pagamento de R$ 4 milhões para a compra de uma vaga de conselheiro no Tribunal de Contas do Estado (TCE-MT).“O que há no processo como um todo são ilações de terceiros envolvendo o nome do senador, até porque não tem nenhum fato concreto. Eu o conheço muito bem e sei que muita gente sabe que Blairo Maggi se porta de forma totalmente ética e jamais se envolveria numa situação desse nível”, disse Cidinho ao Midia News. 

Por meio do expediente da "delação premiada", o empresário Júnior Mendonça disse à Polícia Federal ter emprestado R$ 4 milhões a Maggi, quando este era governador de Mato Grosso. O dinheiro seria para pagar o então conselheiro Alencar Soares, para que ele deixasse sua vaga no TCE.

Soares teria recebido o dinheiro das mãos de Mendonça, a pedido e na presença de Eder Moraes, que, por sua vez, agiria “no interesse e a mando de Blairo Borges Maggi”.

“A empresa do Blairo fatura milhões de reais por ano. Por que ele estaria atrás de um empréstimo desses para comprar uma vaga no Tribunal de Contas? E a vaga não era do Estado, quem indicava o substituto era a Assembleia Legislativa”, observou Cidinho.

O republicano disse que tem conversado constantemente com Maggi e que ele deve reunir a imprensa para dar explicações sobre as acusações.

“Nós já conversamos, ele está bastante tranquilo, mas chateado por ver o seu nome citado numa situação desta. Veja como exemplo o caso dos maquinários, por meio do qual tentaram colocá-lo como culpado, mas ele foi inocentado”, disse o senador, se referindo ao denominado "Escândalo dos Maquinários", o superfaturamento de R$ 46 milhões na compra de caminhões e equipamentos pesados para as prefeituras em Mato Grosso..

Em recente entrevista à revista Veja, o senador Blairo Maggi negou envolvimento com factorings.

O senador se licenciou do cargo - ora ocupado por Cidinho Santos -, viajou para a Europa em abril e deve retornar a Cuiabá nesta semana.