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Política
Segunda - 26 de Maio de 2014 às 16:25
Por: *JOSÉ ANTONIO LEMOS DOS SANTOS

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A estratégia de enfrentamento e beligerância contra os adversários políticos, já conhecida como "bateu, levou", será aprofundada nas discussões da reunião da Executiva Nacional do PT marcada para esta segunda-feira (26) em Brasília.


Parte da cúpula do partido entende que surtiu efeito a nova linha de ação de reagir sempre que houver ataques de integrantes da oposição ao governo, ao PT e à presidente Dilma Rousseff. Os petistas avaliam que, com as ações adotadas até aqui, saíram vitoriosos nesse período de pré-campanha, considerado internamente como o "primeiro round" das eleições.

O vice-presidente nacional do PT, deputado José Guimarães (CE), afirmou que "o enfrentamento que construímos se mostrou correto".

— E todas as iniciativas que nós tomamos se refletiram nos últimos dados, mostrando que a candidatura da Dilma se consolidou.

A tática de despertar o "medo do passado" no eleitor será adotada em eventos do governo, especialmente nos discursos de Dilma e seus auxiliares, além de servir como orientação para líderes de partidos da base aliada.

O alvo prioritário dos petistas, no momento, é enfraquecer a candidatura do senador Aécio Neves (PSDB-MG), segundo colocado nas pesquisas eleitorais, atrás de Dilma.

— O PSDB escolheu esse caminho, tirou o discurso do Eduardo Campos, e chamou o PT para briga. E nós os enfrentamos. Nesse primeiro round nós estamos ganhando.

Na análise de alguns integrantes da cúpula do partido, a criação de uma linha mais combativa e a estabilização da presidente nas pesquisas também servirão de "combustível" para a militância até aqui "acuada" pelos ataques dos adversários.

Entre os alvos da ofensiva, passaram a fazer parte até o ex-atacante Ronaldo, que disse estar "envergonhado" com os atrasos das obras da Copa. Sem citá-lo, Dilma rebateu o ex-craque.

— Não temos do que nos envergonhar e não temos complexo de vira-latas.

A medida foi aplaudida dentro do PT. Florisvaldo Souza, integrante da Executiva Nacional do PT, avaliou que "há até pouco tempo ela não respondia, o governo não respondia".

— O caso do Ronaldo é um exemplo positivo. Houve uma reação rápida. Ela matou a fala dele.

O dirigente petista defende a manutenção dessa linha.

— Temos que debater o que tem que ser debatido e não deixar para depois, não ter que aguardar o resultado de pesquisas para saber como agir.

A linha de "matar o discurso" do adversário, também deverá ser adotada no caso da Petrobras, considerado como um símbolo do País e, atualmente, alvo de investigação por parte da Polícia Federal e de uma CPI no Congresso.

— No caso da Petrobras, não tem aparecido novidades e as explicações do governo têm sido absorvidas pela população.

A mudança no tom da campanha petista teve como ponto de partida o pronunciamento da presidente Dilma em cadeia nacional, no feriado de 1º de maio. Naquele momento, ela enfrentava queda nas pesquisas e a crítica de vários setores da base aliada no Congresso.

A petista aproveitou o pronunciamento para lançar um pacote de bondades que inclui um reajuste de 10% nos valores do Bolsa Família e a correção na tabela do IR (Imposto de Renda). De lá para cá, a presidente tem seguido à risca estratégia construída pela cúpula da legenda e respondido, de bate pronto, a todos críticos de seu governo.

Paralelo à linha mais combativa contra os adversários, a aproximação do período eleitoral tem levado a presidente Dilma a também intensificar o "corpo a corpo" com movimentos sociais e setores do empresariado nos últimos meses.

A estratégia adotada também consiste em ampliar o número de agendas positivas nas principais capitais e no interior do país, onde Dilma tem participado de inaugurações de obras de mobilidade urbana, entregas de casas e apartamentos do programa Minha Casa Minha Vida e de máquinas para prefeituras.





Fonte: Estadão Conteúdo

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