Aliado desconstrói discurso de Taques contra o Governo Pinheiro atacou o DEM e relembrou que o PDT, de Taques, também ajudou a governar
Na tentativa de defender o PR da suposta incoerência política na aproximação da sigla com o pré-candidato ao Governo - senador Pedro Taques (PDT), o secretário-geral Emanuel Pinheiro acabou desconstruindo o principal discurso do pedetista, o de oposicionista ao Governo da presidente Dilma Rousseff (PT).
O senador sempre fez duras críticas tanto ao Governo Estadual e como Federal. Mas o ato que o consolidou a relação com a presidente no Congresso foi a assinatura pedindo, por meio da Procuradoria Geral da República (PGR), representação no Ministério Público para investigar a atuação da petista na compra da refinaria “Pasadena Refining System Inc. (PRSI)”, em 2006, pela Petrobras.
Durante um programa de rádio no último dia 16, na Capital, Emanuel Pinheiro deixou claro que o PDT é aliado da presidente e, caso a Nacional do partido decida por apoiar a reeleição de dela, Taques poderá levar Dilma para seu palanque nestas eleições. No entanto, o fato é improvável, já que a base está em vias de lançar um candidato, ao qual Dilma deve apoiar.
“Ah, o Taques não apoia o que? Que oposição? Apoia. Assinar CPI é normal. É do Governo assumido. Claro que vai abrir palanque pra ela (Dilma). É exigência (na nacional do PDT) e é do governo assumido. O PDT é do governo. Ele pode ser do governo e ter as críticas, normal. É um político independente, ele tem essa característica, mas é governo. Não vamos maquiar, tem ministério e tudo”, disparou Pinheiro.
Ciumeira e acusações
O mal-estar na chapa do senador Pedro Taques começou a ser formar após aproximação do PR. É que o senador faz parte da coligação Mato Grosso Muito Mais (PDT, PSB, PPS, e PV), e ainda abordou o PSDB e do DEM, ao qual teria prometido a vaga de senador em sua chapa para a reeleição de Jayme Campos (DEM) no Congresso Nacional.
Ao perceber a aproximação do PR, o DEM reagiu e, entre várias declarações polêmicas, afirmou que o PR é incoerente, pois está a 12 anos “mamando nas tetas” do Governo e agora “trai o governador vergonhosamente”.
“É muita ‘cara de pau’ do Júlio Campos dizer isso. Ele tem manchado sua bela história política por não saber sair da vida pública. Dos 12 anos que o PR ficou no poder, o DEM ficou oito. Ele foi eleito na chapa do Blairo. O PDT ficou quatro anos na base. Todos os partidos, com exceção do PSB, ficaram oito anos. O PR está há quatro anos. Agora, se for acompanhar o projeto da era Blairo, ai sim, vai dar os 12, que todos participaram”.
Emanuel Pinheiro questionou ainda a aliança do DEM com Taques, já que no âmbito nacional as legendas são inimigas políticas. “Não sei por que o DEM e o PSDB querem apoiar o PDT, se são quase inimigos mortais da presidente Dilma Rousseff e têm candidatos da base aliada”.
Sem papas na língua, o secretário-geral do PR disse que o DEM é um partido de “falastrões que se acham e são demodês”. “Aqui no Estado está há muito tempo fora do poder, rejeitados pelo povo por essa prática política, de falastrões, parlapatões, com conversa demais. Falam demais. Se acham e são políticos que estão saindo de moda, demodês. Só não estão sabendo como sair, ai começa a partir para a Era Jurássica, de tentar agredir, bater, desmoralizar para segurar nesse desespero de voltar ao poder a qualquer custo”.
Sem compromisso com Silval
O republicano relembrou que o PR foi o principal articulador da eleição do governador Silval Barbosa (PMDB) e do vice-governador Chico Daltro (PSD) e o compromisso político teria sido apenas nos quatro anos de mandato. “Ninguém falou em irmos juntos em 2014. Não temos compromisso nenhum de estarmos juntos nessas eleições”.
Sobre a possibilidade de o PR ter que entregar as sete secretarias que ocupa no staff de Silval para “entrar de cabeça” na campanha de Taques, Emanuel Pinheiro foi enfático e disse que o partido não deve favores ao governador, uma vez que Blairo foi o principal cabo eleitoral, responsável pela eleição do peemedebista.
“Os cargos não pertencem ao Silval, mas a estrutura que ajudamos a conquistar. Fomos os principais responsáveis pela eleição. Quem ajuda a ganhar, ajuda a governar. Essa é uma conquista nossa. Não aceitamos que ninguém imponha condição. A decisão e entregar ou não os cargos é do PR. Se quiserem conversar com o PR dessa forma, estamos abertos”.
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