Cade aprova associação entre Kroton e Anhanguera Fusão, anunciada em 2013, cria gigante do mercado de ensino no país
O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou nesta quarta-feira (14), com restrições, a associação entre a Anhanguera Educacional Participações S/A e a Kroton Educacional S/A, as duas maiores companhias de ensino de capital aberto do país.
Para que a operação tenha validade, o Cade impôs quatro condições. A principal delas é que a Kroton venda a Uniasselvi, grupo com unidades que oferecem cursos de ensino superior presencial em Santa Catarina, e que a empresa havia adquirido no final de maio de 2012 por R$ 510 milhões.
Outro “remédio” determinado pelo conselho atinge a oferta de ensino à distância por Kroton e Anhanguera em alguns municípios onde foi identificado que a união trará prejuízos concorrenciais. A decisão prevê o fim da oferta de alguns cursos e também a restrição à matrícula de novos alunos, para permitir o crescimento de concorrentes.
O Cade também determinou às empresas que vendam unidades de ensino nas cidades de Cuiabá e Rondonópolis , no Mato Grosso.
A rede de ensino privado Kroton Educacional anunciou em abril de 2013 o acordo para incorporar a Anhanguera Educacional, em uma operação envolvendo ações e avaliada em cerca de R$ 5 bilhões, na época.
A fusão entre as duas maiores companhias de ensino de capital aberto do país cria uma gigante com valor de mercado de cerca de R$ 12 bilhões. Juntas, as empresas têm 1,2 milhão de alunos em todos os estados brasileiros.
Concentração de poder econômico
Em dezembro de 2013, a Superintendência-Geral do Cade encaminhou ao Tribunal do órgão parecer em que aponta que a associação entre Anhanguera e Kroton gera concentração de poder econômico em alguns mercados de educação superior. Foram apontadas preocupações concorrenciais na oferta de cursos de graduação presenciais e à distância.
Na avaliação da Superintendência-Geral, se a associação fosse aprovada sem restrições, poderia gerar prejuízo para alunos dos cursos, como alta de preços, redução de oferta desses serviços e queda na qualidade do ensino
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