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Polícia
Segunda - 02 de Setembro de 2013 às 21:29

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Três pessoas foram indiciadas por participação em fraude nos vestibulares do Curso de Formação de Oficiais (CFO), da Polícia Militar de Mato Grosso, em 2010 e 2011.

Numa primeira prova, Déberson Ferreira de Jesus substituiu o irmão, Roberson Ferreira de Jesus; num segundo certame, ele beneficiou Roberto Leite Dias.

Os três foram indiciados pelos crimes de falsidade ideológica e uso de documento falso.

O inquérito, concluído na última sexta-feira (27) pela Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), da Polícia Judiciária Civil, foi encaminhado à 6ª Vara do Fórum de Cuiabá.

Conforme o delegado Flávio Stringueta, as investigações concluíram que, nas provas realizadas pela Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat), nos anos de 2010 e 2011, foi detectada fraude.

O delegado começou os trabalhos no dia 27 de abril de 2012, mediante documentação encaminhada pela Unemat, como cartões-respostas e interpretação de texto das provas supostamente realizadas pelos candidatos Roberson e Roberto.

Perícia de comparação datiloscópica das digitais dos três investigados comprovou que Déberson esteve nos dois certames( 2010 e 2011), fazendo as provas no lugar dos candidatos Roberson e Roberto.

Outra prova considerada inquestionável foi adquirida por meio de exame grafotécnico, que verificou a caligrafia das provas encaminhadas pela Unemat.

“Esse foi um pouco mais complicado de ser realizado, pois os três se recusaram a fornecer material gráfico”, explicou Stringueta.

Com os documentos com a grafia original de Déberson, adquirido junto Universidade Federal de Mato Grosso, onde era funcionário, e provas originais dos dois alunos, que frequentavam regularmente o CFO, a perícia confirmou que as grafias existentes nas provas dos dois cadetes são de Deberson Ferreira de Jesus.

"Pela janela"

O delegado Flávio Stringueta disse que, mesmo a defesa dos dois alunos colocando em dúvida todo o processo seletivo, chegando a pedir a anulação das provas, a investigação concluiu que os dois cadetes entraram pela “janela”.

Em seu despacho, o delegado assegurou que eles não tinham competência para passar pelas provas e conseguiram alguém que as fizesse em seus lugares. "Essas provas foram feitas em anos diferentes, em certames diferentes, e mediante a utilização de uma mesma forma de agir”, disse.

No curso da apuração criminal, a Polícia Militar de Mato Grosso abriu processo administrativo contra os alunos Roberson Ferreira de Jesus e Roberto Leite Dias.

O cadete Roberson Ferreira ainda responde a o procedimento na Academia da PM e Roberto pediu exoneração da corporação.

Déberson Ferreira de Jesus, atualmente, mora em Florianópolis (SC).






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