Três foram indiciados pelos crimes de falsidade ideológica e uso de documento falso.
Cadetes são indiciados por fraude em vestibular da PM
Três pessoas foram indiciadas por participação em fraude nos vestibulares do Curso de Formação de Oficiais (CFO), da Polícia Militar de Mato Grosso, em 2010 e 2011.
Numa primeira prova, Déberson Ferreira de Jesus substituiu o irmão, Roberson Ferreira de Jesus; num segundo certame, ele beneficiou Roberto Leite Dias.
Os três foram indiciados pelos crimes de falsidade ideológica e uso de documento falso.
O inquérito, concluído na última sexta-feira (27) pela Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), da Polícia Judiciária Civil, foi encaminhado à 6ª Vara do Fórum de Cuiabá.
Conforme o delegado Flávio Stringueta, as investigações concluíram que, nas provas realizadas pela Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat), nos anos de 2010 e 2011, foi detectada fraude.
O delegado começou os trabalhos no dia 27 de abril de 2012, mediante documentação encaminhada pela Unemat, como cartões-respostas e interpretação de texto das provas supostamente realizadas pelos candidatos Roberson e Roberto.
Perícia de comparação datiloscópica das digitais dos três investigados comprovou que Déberson esteve nos dois certames( 2010 e 2011), fazendo as provas no lugar dos candidatos Roberson e Roberto.
Outra prova considerada inquestionável foi adquirida por meio de exame grafotécnico, que verificou a caligrafia das provas encaminhadas pela Unemat.
“Esse foi um pouco mais complicado de ser realizado, pois os três se recusaram a fornecer material gráfico”, explicou Stringueta.
Com os documentos com a grafia original de Déberson, adquirido junto Universidade Federal de Mato Grosso, onde era funcionário, e provas originais dos dois alunos, que frequentavam regularmente o CFO, a perícia confirmou que as grafias existentes nas provas dos dois cadetes são de Deberson Ferreira de Jesus.
"Pela janela"
O delegado Flávio Stringueta disse que, mesmo a defesa dos dois alunos colocando em dúvida todo o processo seletivo, chegando a pedir a anulação das provas, a investigação concluiu que os dois cadetes entraram pela “janela”.
Em seu despacho, o delegado assegurou que eles não tinham competência para passar pelas provas e conseguiram alguém que as fizesse em seus lugares. "Essas provas foram feitas em anos diferentes, em certames diferentes, e mediante a utilização de uma mesma forma de agir”, disse.
No curso da apuração criminal, a Polícia Militar de Mato Grosso abriu processo administrativo contra os alunos Roberson Ferreira de Jesus e Roberto Leite Dias.
O cadete Roberson Ferreira ainda responde a o procedimento na Academia da PM e Roberto pediu exoneração da corporação.
Déberson Ferreira de Jesus, atualmente, mora em Florianópolis (SC).
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