Paciente psíquiátrico agride funcionária de UPA
Um paciente psiquiátrico agrediu uma enfermeira e ameaçou outras pessoas que aguardavam por atendimento na Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) da Morada do Ouro. Como nem familiares conseguiram conter o paciente, policiais militares foram acionados para evitar que o pior acontecesse.
Mesmo sem a responsabilidade de atendimento deste tipo de paciente, a unidade vem recebendo pessoas nestas condições há algum tempo, como conta um servidor que preferiu não se identificar. “Tem se tornado frequente a entrada de pacientes com sérios problemas psiquiátricos aqui na unidade. Toda semana pelo menos um chega e como aqui é pronto-atendimento não podemos nos negar a atender”.
Afirma que além dos pacientes da Capital, existe os que vêm do interior do Estado. “Estamos com uma mulher que veio de Rondonópolis. Já tentamos a transferência dela inúmeras vezes, mais sem sucesso”.
O funcionário destaca que não é a primeira vez que funcionários são agredidos por pacientes psíquicos. “Outro dia tivemos que socorrer uma enfermeira, que era agredida com socos e xingamentos, por um paciente que teve um surto”.
Segundo Adriane Carvalho Lima, assistente social da unidade médica, a UPA se tornou uma porta de entrada para esse tipo de doente. “Desde que fechou o pronto-atendimento do Hospital Psiquiátrico Adauto Botelho, nós estamos recebendo pacientes psíquicos. O problema é que não temos condições físicas e profissionais capacitados para esse tipo de atendimento”.
A assistente social ainda ressalta que os servidores acabam ficando vulneráveis aos doentes mentais, uma vez que a maioria dos que chegam à unidade são muito agressivos. “Hoje estamos com 6 pacientes se tratando aqui, destes, 2 ficam sedados praticamente 24 horas por dia, por que são muito agressivos e têm surtos constantes. Um destes pacientes, inclusive, é uma mulher que fugiu de um hospital de Rondonópolis e acabou parando aqui e não conseguimos a transferência dela”.
Por meio da assessoria de imprensa, a Secretaria Municipal de Saúde confirmou o ataque do paciente com surto psicótico. A Secretaria ressaltou ainda que as equipes de pronto-atendimento das unidades de saúde municipais estão preparadas para atender apenas intercorrências clínicas. Não possuindo assim, o devido preparo e estrutura para receber um paciente em surto psicótico, uma vez que este atendimento não é de competência do Município, e sim do Estado.
Outro lado - A Secretaria de Estado de Saúde (SES) informou que, desde o ano passado, o Ministério da Saúde realizou modificações nas regras ministeriais do Sistema Único de Saúde.
De acordo com a nova política da Rede Psicossocial (Raps), da portaria 148 de 31/2012, o pronto-atendimento de pacientes psíquicos deve ser realizado nas policlínicas e Unidades de Pronto-Atendimento (UPA). Após a conclusão do tratamento clínico, os pacientes devem ser encaminhados para o Hospital Adauto Botelho, para tratamento psiquiátrico.
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