Bienal de Brasília sedia encontro internacional sobre bibliotecas públicas
De hoje (15) a quinta-feira (17) Brasília sedia o Encontro Internacional de Bibliotecas Públicas, Escolares, Comunitárias e de Agentes de Leitura. Organizado pela Secretaria de Cultura do Distrito Federal, o evento faz parte da programação da 2ª Bienal Brasil do Livro e da Leitura, que ocorre até o próximo dia 21, na Esplanada dos Ministérios, e conta com a participação de mais de 120 escritores e intelectuais brasileiros e estrangeiros convidados para palestras e seminários gratuitos.
Segundo o diretor do Sistema de Bibliotecas Públicas do Distrito Federal, Wander Filho, o encontro internacional visa a reunir estudantes de biblioteconomia e de ciências da informação, coordenadores de bibliotecas públicas, agentes de leitura, contadores de história e todos os interessados em trocar experiências e em debater políticas públicas de estímulo à leitura e ao fortalecimento das bibliotecas públicas.
“Nosso principal objetivo é conseguirmos multiplicar a noção de que bibliotecas públicas são um polo dinamizador da cidadania e uma ferramenta de desenvolvimento humano das comunidades em que funcionam”, disse Wander Filho à Agência Brasil.
Desde 1992, quando foi criado o Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas (SNBP), o Brasil vem progressivamente avançando no que diz respeito à disseminação de bibliotecas públicas. De acordo com a coordenadora do sistema, Elisa Machado, uma das palestrantes desta primeira manhã do encontro internacional, 97% dos municípios brasileiros contam, hoje, com pelo menos um equipamento público em funcionamento. O problema ainda é a forma como esses espaços se distribuem.
Das 6.062 bibliotecas públicas identificadas no último levantamento do SNBP, 1.933 estão na Região Sudeste e 1.272 na Região Sul. A Região Nordeste conta com 1.846 equipamentos públicos de leitura. Já as regiões Norte e Centro-Oeste contam, respectivamente, com 512 e 499 bibliotecas. Além disso, segundo a professora e ativista Cida Fernandez, do Centro de Desenvolvimento e Cidadania de Pernambuco, dos 383 municípios que não contavam com uma biblioteca até o fim do ano passado, 254 haviam recebido recursos públicos que deveriam ter sido destinados à instalação desses equipamentos e não o foram. Cobrados, 89 desses municípios estavam regularizando a situação até fevereiro passado.
Para Wander Filho, o Brasil pode comemorar os avanços no tocante à disseminação das bibliotecas públicas pelo país, mas ainda tem muito o que fazer para garantir a qualidade dos acervos e dos serviços oferecidos.
“As bibliotecas precisam ser espaços de fomento à cidadania, à cultura, ao lazer e à informação. Aumentar o acesso ao livro e à leitura foi um primeiro passo. Agora, precisamos qualificar esses espaços. É necessário que as bibliotecas públicas tenham suporte, tecnologia, acervos qualificados e diversificados e servidores aptos a trabalhar com as comunidades onde estão inseridas”, acrescentou o diretor, que defende a transformação do Plano Nacional do Livro e da Leitura, instituído em 2006, pelo Ministério da Cultura, em uma política nacional. “Está em vias de acontecer, e será positivo porque, assim, será possível definir orçamentos, ações a serem desenvolvidas e a avaliação da eficácia das iniciativas [de estímulo à leitura]”, acrescentou.
“As bibliotecas são um fator de desenvolvimento e de empoderamento das pessoas. Mas não basta criar uma biblioteca por decreto. É preciso garantir sua sustentabilidade”, concluiu Cida Fernandez.
A programação completa do encontro pode ser conferida no site do SNBP (http://snbp.bn.br/wp-content/arquivos/2014/03/Programa%C3%A7%C3%A3o-Bibliotecas-P%C3%BAblicas-Escolares-Comunit%C3%A1rias-e-Agentes-de-Leitura.pdf)
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