Reflexo de chuvarada, produtividade de lavouras em Sorriso deve cair
A chuvarada que castigou plantações de soja em fevereiro e março também impactou o desenvolvimento do algodão e do milho safrinha. No médio-norte, o plantio e o manejo das lavouras foram comprometidos e devem provocar queda na produtividade. Em Sorriso, município a 420 quilômetros de Cuiabá, expectativas iniciais não foram atingidas para a oleaginosa. Além disso, muitas áreas que hoje receberam o cereal também estão com o potencial produtivo ameaçado. O agricultor Sérgio Trinches plantou mil hectares com o milho, 30% a menos que o ano passado. A lavoura sofreu com o excesso d“água. "A implantação da cultura ficou um pouco prejudicada com todo esse excesso de chuva e que dificultou a germinação e o desenvolvimento", disse. Ildo José Damiane cultivou milho em 680 hectares, mas segundo o agricultor, o trabalho foi feito fora do período ideal e isso atrasou a aplicação de herbicidas e adubação. “A adubação foi feita fora do período ideal porque o milho já estava grande e não podemos entrar em função das chuvas. Não tivemos aproveitamento”, contou. Ao todo, 370 mil hectares receberam milho em Sorriso, mas muitas dessas áreas estão com o potencial produtivo comprometido. “O atraso da soja fez com que o milho fosse plantado fora da janela ideal e atrasou os traços culturais, fazendo com que não atingisse seu potencial. Vai cair a produtividade sem dúvida”, comenta Laércio Lenz, presidente do Sindicato Rural do município. Soja exposta A soja também foi comprometida na região sorrisense. A expectativa era obter uma produtividade de 60 sacas a cada hectare, mas que ficou 10% abaixo. A qualidade dos grãos também foi afetada. Parte do que foi colhido ainda está nos armazéns e mesmo com a mistura dos grãos de maior com os de menor qualidade, está difícil alcançar os padrões exigidos para exportação. "O grande problema é a quantidade de soja boa e ruim que entrou. Essa mistura acaba comprometendo até a soja que está boa, causando assim uma dificuldade para conseguir uma qualidade boa para exportação”, avalia Igor Ferreira da Silva, gerente de armazém. O produtor Darci Ferrarin chegou a colher boa produção de soja, mas perdeu 15% dos 3 mil hectares semeados com algodão. "Começou a colher no início de janeiro essa soja precoce e entramos com algodão. Veio a chuvarada e alagou as propriedades”. Na área danificada o agricultor apostou no feijão em uma tentativa de diversificar a produção e reduzir os prejuízos.
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