Arenápolis News - arenapolisnews.com.br
Cidades
Terça - 03 de Setembro de 2013 às 21:06

    Imprimir


 

Mãe de testemunha da operação Mapinguari (Foto: Carolina Holland/G1)

Mãe de testemunha acreditava que filho poderia estar morto
(Foto: Carolina Holland/G1)

João José Evangelista de Oliveira, testemunha que denunciou um esquema de extração ilegal de madeira no Parque Nacional do Xingu, em Mato Grosso, está vivo e morando no Brasil. A informação foi divulgada na tarde desta terça-feira (3) pela Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT). A testemunha era considerada desaparecida desde 2010, quando saiu do Programa de Proteção a Testemunha do governo federal.

As denúncias de Oliveira, que foi localizado pela Polícia Civil, contribuíram com as investigações que deram origem à Operação Mapinguari, da Polícia Federal, em Mato Grosso e outros quatro estados, em 2007.

A denúncia sobre o sumiço foi levada à Comissão de Direitos Humanos da ALMT em 2011 pela família dele, que vive no assentamento Ena, a 100 km de Feliz Natal. Com a descoberta do paradeiro de Oliveira, o caso é dado como encerrado pela polícia.

O delegado Silas Caldeira, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), o presidente da Comissão, deputado Emanuel Pinheiro, e o secretário-adjunto de Segurança Pública, coronel Antônio Monteiro de Moraes, foram até a cidade onde Oliveira vive atualmente.

“Ele acusa a mãe de tê-lo incentivado a denunciar o esquema e afirma que não quer mais manter contato com a família. Para não voltarmos de mãos vazias, acabamos convencendo o rapaz a gravar um vídeo”, disse Caldeira, que conduziu as investigações.

A gravação, feita há cerca de 20 dias, foi apresentada na tarde desta terça-feira (3) no auditório Licínio Monteiro, na ALMT. Nela, Oliveira faz críticas à mãe, Maria de Lourdes Evangelista. “Muitas vezes ela disse que eu não era filho dela. Várias vezes ela disse que os filhos dela eram os meus irmãos mais velhos. (…) Eu queria que ela botasse a mão na consciência, que ela visse quem são os filhos dela e esse... e deixasse um pouco para depois”, afirmou na gravação.

Após a exibição do vídeo, Maria de Lourdes, chorando muito, negou que tenha incentivado o filho a delatar o esquema de extração de madeira. “Eu fiquei brava com ele quando ele assinou aquele papel. Ele me avisou que a vida dele iria melhorar e que ele podia melhorar a minha também. Só isso. Quando eu fui falar pra ele tomar cuidado com esses papeis muito fáceis, talvez nós possamos ter nos desentendido”, disse.

Ameaças
Maria de Lourdes disse também que tem sofrido ameaças de morte desde que denunciou o caso. “Um Uno vermelho me "tacou" num barranco. Eu lembro que o vidro estava erguido até aqui [na altura do nariz]. Ele tirou a cabeça pra fora e disse: "Você está aqui na minha mão". Duas vezes eu fui atropelada. Eu não aguento mais isso”, declarou. Ela não soube precisar a data do ocorrido.

A mulher disse não saber quem são as pessoas que a ameaçam e que a polícia não registrou Boletim de Ocorrência do caso porque ela não anotou a placa do carro.

O secretário-adjunto de Segurança afirmou que vai tentar incluir Oliveira, novamente, no Programa de Proteção às Testemunhas do governo federal e que será avaliada ainda a possibilidade de dar nova identidade para ele. “Estamos tentando convencê-lo porque a situação dele está muito difícil. Talvez com uma nova identidade ele possa recuperar um pouco da própria vida”, disse Moraes.

Mapinguari
A operação teve o objetivo de desarticular uma quadrilha de extração ilegal de madeira, que desmatava uma área dentro do Parque Nacional do Xingu, com ajuda dos índios. Oliveira seria motorista de um dos acusados do crime. Na época foram presas 28 pessoas, entre indígenas, madeireiros e servidores públicos.





Fonte: Do G1 MT

Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://arenapolisnews.com.br/noticia/9588/visualizar/