Bitcoin é alternativa viável a moeda estatal, avalia economista no RS
Ainda que não seja uma moeda física, o bitcoin, a moeda digital que possibilita infinitas transferências via internet, aos poucos ganha mais adeptos e conquista mais curiosos. A moeda, que só existe no ambiente virtual, foi criada há cerca de cinco anos e circula por meio de transações entre "carteiras" que existem nos computadores e smartphones dos usuários. Para especialistas, o bitcoin pode não durar, mas seu modelo deve permanecer.
“Acredito que é correto dizer que o bitcoin é a primeira alternativa viável a moeda estatal. Elas vão coexistir por algum tempo. Dependendo do país, pode ter mais preponderância que em outros. O bitcoin, ou outra criptomoeda melhor, vai deixar sua marca no nosso sistema financeiro, sem dúvida alguma”, diz ao G1, o economista e escritor do livro "Bitcoin – A moeda na Era Digital", Fernando Ulrich. A obra foi lançada durante a 27ª edição do Fórum da Liberdade, em Porto Alegre.
A adoção como meio de pagamento já ocorre no Brasil por 54 estabelecimentos comerciais, de acordo com o Coin Map – serviço que reúne lugares que se dispõem a receber pagamentos dessa forma. No Rio Grande do Sul, são dois locais: uma agência de publicidade em Porto Alegre e um escritório de advocacia e consultoria em Santo Ângelo. No total, são cerca de 3,9 mil em todo o mundo.
O bitcoin funciona de maneira simples: a pessoa baixa o software, cria uma "carteira virtual" e passa a fazer parte da rede que gerencia as transações. O passo seguinte é comprar a moeda. Todo o dinheiro fica guardado no software do computador ou ainda armazenado no aplicativo do smartphone.
“A carteira virtual é o equivalente à agência e conta bancária. Mas há empresas que oferecem essa possibilidade online, em que o usuário acessa um site para verificar sua carteira de bitcoins. Ou ainda baixar um aplicativo no seu smartphone”, detalha Ulrich.
O bitcoin não tem uma central de gerenciamento, diferente das moedas como o real, que é gerenciada pelo Banco Central. “No bitcoin, a tarefa de validação e autenticidade ocorre de forma descentralizada. Qualquer usuário pode fazer isso, de qualquer lugar do mundo. A rede, em si, é muito segura. É um sistema aberto, todas as transações são públicas”, defende o economista. Mas para garantir a segurança, o bitcoin utiliza um complexo esquema matemático de criptografia – familiar para quem entende de computação.
Comentários