Justiça indeniza funcionário demitido por namorar colega de trabalho
Já imaginou que a mulher da sua vida pode ser também sua colega de trabalho? Será que isso pode dar demissão? Cuidado, tem um monte de armadilha nessa relação.
Carla: Beijo apaixonado no escritório é um terror?
“De jeito nenhum, em hipótese nenhuma. E é bom evitar também beijo apaixonado na porta do escritório, beijo apaixonado no happy hour da empresa, na festa, na comemoração. Beijo apaixonado é quando o casal estiver a dois, em casa, no cinema, sem ninguém do trabalho por perto”, consultora de Recursos Humanos Maíra Habimorad.
Brincadeiras e exageros à parte, namoro no trabalho é assunto muito sério. Recentemente, um funcionário de uma empresa ganhou na Justiça uma indenização de quase R$ 40 mil. Chefe de um departamento, ele namorou uma subordinada. Ele foi demitido por justa causa.
“Se tivesse me demitido normalmente, não teria buscado ajustes, mas como demitiu por justa-causa, achei que deveria reparar o dando que ela fez comigo. Até porque 25 anos que trabalhei junto da empresa, não tive nenhum tipo de falta”, disse.
“O namoro pode levar a uma demissão por justa causa quando as pessoas, ou seja, o homem e a mulher ou aqueles que estão se relacionando praticam o ato de namorar no ambiente de trabalho. Ou seja, trocam carícias no ambiente de trabalho”, destaca a advogada trabalhista Sônia Mascaro.
No processo, a empresa se defendeu, afirmando que o empregado feriu as normas internas de conduta. O juiz não aceitou essa justificativa e afirmou que as normas da empresa era inconstitucionais e sua decisão foi favorável ao funcionário.
“As empresas devem tomar cuidado para que ao estabelecer as regras de convivência não venham a ferir e ultrapassar os princípios da lei e os princípios da constituição federal”, destaca a advogada.
Procurada pelo Fantástico, a empresa diz que as normas de conduta foram revistas e atualizadas e que não inibe relacionamentos entre colegas de trabalho.
Tem gente que acredita que seja mais fácil encontrar sua cara metade no trabalho, olha só o que acontece nesta empresa. O Maicon bateu o olho na Mariana.
“Graças a deus estamos juntos, ficamos noivos aqui”, disse o encarregado Maicon Alves Martins.
Fomos conhecer a Mariana. O Maicon jura que não fica vindo aqui toda hora tomar conta da noiva.
Carla Vilhena: Ele é ciumento?
Mariana Oliveira: É.
Carla Vilhena: Aqui dentro não?
Mariana Oliveira: Não, aqui dentro não. Também não tem motivo.
“A relação deve ser tratada da empresa para fora”, disse um funcionário.
“Será que eu estou na casa deles ou será que eu estou no ambiente de trabalho?”, questiona outra.
Carla: Acompanhar esse tipo de briga no trabalho, ninguém merece, né?
Maíra: Ninguém merece. Se num restaurante é constrangedor, imagina no ambiente de trabalho. Roupa suja se lava em casa.
Renato conheceu a mulher na mesma empresa, mas preferiu não continuar mandando na subordinada. Hoje ela trabalha em outra firma.
Carla: Em resumo, você não quis ser o chefe da sua mulher.
Renato: Não.
Até o diretor financeiro tem uma história de amor. Vinte e três anos atrás ele conheceu a Sandra, com quem se casou e tem três filhos. Ele passou a ser conselheiro dos mais jovens.
“Sou padrinho de uns quatro casamentos que aconteceram dentro da minha área. Não tem proibição, então as pessoas tratam disso de uma maneira tranquila”, destaca.
Carla: Isso é quase um gugudadá?
Maíra: Pois é, usar vozinha de bebê não dá.
Carla: Apelido nenhum?
Maíra: Apelido pode, contando que seja um apelido que o resto da empresa também chama a pessoa. Porque senão o casal acaba virando motivo de piada.
Voltando à empresa casamenteira, o presidente adora essa fama de cupido.
“Uma empresa, ela não se presta apenas para uma carreira profissional. A empresa, ela se presta para o convívio também entre as pessoas. Para que esse convívio possa efetivamente também ser promovido a um grau maior de um relacionamento, de casamento, para que as pessoas possam dentro da empresa também constituírem as suas famílias”, disse o diretor-presidente Urubatan Helou.
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