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Nacional
Sábado - 05 de Abril de 2014 às 12:25

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“Não foi um estupro.” Direta e firme em sua resposta, a estudante de 19 anos afirmou em entrevista ao G1 nesta sexta-feira (4) que não foi violentada. A Polícia Civil apurava a possibilidade de estupro após fotos compartilhadas via WhatsApp (aplicativo de troca de mensagens entre celulares que usa conexão via internet) serem divulgadas na internet. As imagens mostram a garota nua ao lado de cinco homens.

A Polícia Civil vai agora abrir um inquérito para apurar os responsáveis pela divulgação das imagens. “Vamos abrir inquérito para investigar o crime contra honra e dignidade”, disse o delegado José Gonzaga Marques, titular do 4º Distrito Policial, Consolação, que investiga o caso. “Ela [estudante] vai me mandar um e-mail e eu vou abrir o boletim de ocorrência”, disse.

Segundo o delegado, a garota afirmou que tinha um relacionamento com um dos rapazes que aparece nas fotos e contou ter o desejo de ter relação grupal. A jovem permitiu as fotos, mas não a divulgação.

Por telefone, a jovem disse que concorda com a investigação para saber se foi vítima de crime contra a honra e para descobrir quem publicou as fotos. Mas nega abuso. “Não aconteceu estupro. Foi consentido sim”, disse a estudante.

“Eu gostaria que fosse investigado sim quem foi que vazou a foto, entendeu? Porque me constrangeu”, disse ela sobre a investigação policial. “Então ficou manchado sim”, disse.

Ela disse que não se arrepende de ter feito sexo grupal, mas sim de ter aceitado tirar as fotos. “O que mais importa para mim é a minha família”, justificou a jovem, que ainda não falou com seus familiares sobre o que ocorreu.

Repercussão de pesquisa sobre estupro

A estudante relatou ao G1 que o sexo grupal aconteceu em janeiro. Mas somente ontem as fotos foram parar na internet. "A minha opinião pessoal é que (foi) devido a essa campanha do Ipea, não é? 'Não merecer ser estuprada’ que é totalmente manipulação política, para desviar a atenção do foco de outras coisas que estão acontecendo no país. Acho que as pessoas estão presumindo que qualquer coisa é estupro, entendeu?", disse a jovem.

A garota contou ainda ter sido procurada por uma liga feminista preocupadas com as cenas de sexo e a possibilidade de abuso. "Descobriram meu e-mail pessoal, presumiram já um monte de coisa, falaram que iam expulsar os meninos da faculdade, e eu não sabia o que estava acontecendo", disse.

"Falei com elas que foi extremamente machista elas presumirem que aquele tipo de foto consideram estupro. Normalmente o feminismo consiste em que a mulher possa fazer o que ela quer", disse a jovem.

Investigação policial

O 4º Distrito Policial, na Consolação, começou a investigação preliminar na quinta-feira (3) após investigadores serem avisados sobre trocas de mensagens pelo "WhatsApp" na qual circularam fotografias de estudantes nus e atos que poderiam configurar o estupro.

As imagens trocadas pelo aplicativo mostram cinco homens e uma mulher, que não exibe o rosto, aparentemente durante e após a relação sexual. Nas conversas trocadas pelo celular, uma mulher combina o encontro com um grupo de rapazes.

De acordo com os investigadores, o advogado dos suspeitos esteve na delegacia e disse que o caso ocorreu há dois meses. Ainda segundo o advogado, a jovem estaria agora em intercâmbio na Croácia.

Policiais também estiveram no Mackenzie e localizaram os cinco rapazes, que, em conversa informal com os investigadores, se defenderam da suspeita de estupro, negaram ter violentado a mulher e alegaram que o sexo foi consensual. Eles, no entanto, deverão comparecer na tarde desta sexta-feira (4) à delegacia para prestarem esclarecimentos.

Procurada para comentar o assunto, a assessoria de imprensa do Mackenzie informou que repudia “toda e qualquer violência contra a figura humana”. "Diante da gravidade do que foi veiculado na Internet, esperamos das autoridades, em todos os níveis, as medidas cabíveis. Estaremos prontos a colaborar na apuração do fato", informou a universidade. "Repudiamos, por fundamentos de respeito religioso, legal e moral, toda e qualquer violência contra a figura humana", apontou a universidade em nota.






Fonte: G1

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