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Segunda - 31 de Março de 2014 às 09:50

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Augusto Mário Vieira, ex-deputado

Os governos militares de Castello Branco (64/67), Costa e Silva (67/68) e Ernesto Garrastazu Medici (69/74) cassaram os mandatos de seis deputados estaduais em Mato Grosso. À época, a Assembleia contava com 30 parlamentares. Atualmente, 24 compõem o Legislativo estadual. Nenhum deles, no entanto, foi comunicado oficialmente do motivo pelo qual perdeu o cargo. O golpe militar aconteceu em 31 de março de 1964, ou seja, amanhã são exatos 50 anos do dia em que o Brasil passou a viver sob o comando dos militares.

Augusto Mário Vieira (UDN), Américo Porphirio Nassif (PTB), de Corumbá, Luiz Thomaz de Aquino (UDN), da região de Paranaíba (extremo sul), Sebastião Nunes da Cunha (PSD), Wilson Loureiro de Oliveira (UDN) e João Chama (Campo Grande) descobriram que não eram mais deputados estaduais quando tentaram entrar no prédio da AL, que funcionava junto com o Tribunal de Justiça, num prédio na avenida Getúlio Vargas.

Destes, apenas Augusto Mário Vieira (UDN) tinha Cuiabá como principal base eleitoral. Ex-presidente da Assembleia, Vieira se reelegeu após a cassação. Perdeu o mandato na tarde de 14 de fevereiro de 1969, por força de um Ato Institucional aplicado pelo Conselho de Segurança Nacional (CSN). Ele teria sido denunciado pelo até então colega Waldivino Guimarães

Secretário de Estado de Comunicação do governador Garcia Neto (75/79), o jornalista Onofre Ribeiro conta que, quando a ditadura militar vigorava, a liberdade parlamentar era anulada. “Qualquer coisa que fosse dita na tribuna e entendida como opositora ao regime, era motivo de cassação. Era uma forma de obter silêncio, um modo de censurar aqueles que ameaçavam os militares”, lembra.

Diferente de incontáveis perseguidos pelo Exército durante os 21 anos em que os militares estiveram no poder e apesar de terem perdido os mandados sem saberem exatamente o porquê, os seis deputados não foram submetidos a torturas físicas. Por outro lado, sofreram constrangimento moral, segundo revela Onofre. Eles recebiam visitas em casa ou eram chamados ao 16º Batalhão de Caçadores (hoje 44º Batalhão de Infantaria Motorizado, na Avenida Lava Pés) e ameaçados. Também eram deixados dias inteiros à espera de interrogatórios que ocorreriam somente no início da noite.






Fonte: RDNews

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