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Nacional
Sábado - 29 de Março de 2014 às 09:41

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Quase sete mil pessoas que viviam em São Carlos, distrito de Porto Velho localizado no Baixo Madeira, foram retiradas de suas casas pela maior enchente do Rio Madeira, em Rondônia. A maioria foi acomoda em distritos na parte mais alta da região, outras estão em abrigos em Porto Velho. Há quem decidiu ficar e resolveu fixar moradia em cima de flutuantes (espécie de casas aquáticas) para cuidar dos pertencentes que foram deixados em São Carlos, inclusive, a própria casa. Na sexta-feira (28), o nível do Rio Madeira atingiu a cota de 19,68 metros e já ultrapassa em mais de dois metros o recorde da maior cheia, há 17 anos. Mais de 4,6 mil famílias já deixaram suas casas por causa da enchente em Rondônia.

É o caso do barqueiro Zenaldi Oliveira dos Santos, 36 anos, que teve a casa invadida pela água em São Carlos. Ele já trabalhava há cerca de cinco anos na travessia dos moradores do distrito de uma margem para a outra do rio. Ao ter a casa invadida pela água, pegou a voadeira (pequena embarcação movida a motor) para continuar trabalhando na travessia de quem deseja descer o rio e para dormir, muitas vezes apenas arma uma rede e passa a noite ali mesmo. “Já dormi várias vezes aqui. Vejo essa água que continua aumentando, invadindo minha casa, quase nem acredito. A correnteza do rio está muito forte e, por isso, estou dormindo num barco de um amigo. É mais seguro para fugir de cobras”, afirma o barqueiro

Zenaldi levou o comerciante Alzeri Bormann para verificar de perto a situação de São Carlos. Membro de um movimento que tem o objetivo de ajudar comunidades carentes, o comerciante conta que conhece bem a localidade porque costuma ir com a família e amigos pescar. “O local onde estacionava o carro para atravessar o rio, está coberto. Eu olho e vejo tudo debaixo d’água. Com a natureza não se pode brincar”, enfatiza Alzeri.

No ponto onde o afluente Rio Jamari deságua no Rio Madeira, um hotel flutuante abriga cerca de 20 pessoas. A proprietária do local, Marilene Montenegro, conta que os moradores não tinham para onde ir. A própria Defesa Civil, diz ela, pediu para quem tivesse condições, abrigar os atingidos pela cheia. “Aqui a gente tenta levar uma vida normal. Todos os dias, os homens saem, vão olhar a casa deles. Hoje, foram colher açaí. Tem dias que saem daqui para pescar mais em cima. Aqui já não podemos pescar, a água está contaminada. Todo dia aparece peixe morto”, ressalta Marilene.






Fonte: G1

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