Famílias são retiradas da área da Suiá Missú e restante do Distrito é destruído
O cumprimento do mandado de retirada das famílias que voltaram à área da Suiá Missú há mais de um mês, foi feito ontem por forças policiais. A maior parte dos ex-produtores foi retirada ainda na manhã desta quinta-feira(27) e a previsão é de que todos os ex-produtores que estiverem na área sejam retirados até o fim de semana, muitos estão dentro das ex-propriedades o que pode dificultar o trabalho da polícia.
Depois de tentar dialogar sem resultado para retirar os ex-moradores, a Polícia usou bombas de gás lacrimogênio para retirar os que insistiam em permanecer na área. Um casal de idoso chegou a passar mal e teve que ser retirado da área de ambulância e levado para o posto de atendimento médico em Alto Boa Vista onde recebeu atendimento médico.
Com a desocupação, maquinas destruíram o restante das construções que ainda estavam de pé no antigo Distrito de Posto da Mata.
Os ex-produtores que tiveram que deixar a área, foram levados para escolas em Alto Boa Vista. Em entrevista ao Agência da Notícia o Prefeito de Alto Boa Vista lamentou a atuação do Governo Federal. “É uma lastima, os ex- moradores foram retirados novamente como aconteceu na primeira vez. O Governo não cumpriu com nada do que prometeu, não deu terra, não deu condições de se começar uma nova vida e novamente as pessoas foram retiradas sem nenhum plano traçado. Tiram de lá pra colocar aonde? A Prefeitura tem feito o que pode, mas os recursos são pequenos e não há muito o que fazer”, disse Leuzipe.
Os agentes da Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal permanecem na área para retirar ainda os ex-moradores que estão na Zona Rural. Não há prazo para finalizar a ação.
A área de 165 mil hectares decretada como Terra Indígena Xavante, foi alvo de uma desintrusão no fim do ano de 2012, no local viviam cerca de 7 mil pessoas. O Governo prometeu assentamentos, porém de acordo com a APROSUM- Associação dos Moradores nada foi comprido. Eles pedem ao Governo indenização pela área.
A Polícia não informou quantos ex-produtores estariam dentro da área, mas de acordo com os ex moradores, mais de 300 pessoas estão no interior dos 165 mil hectares.
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