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Cidades
Quinta - 27 de Março de 2014 às 11:40

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A denúncia do Ministério Público do Estado (MPE) que culminou na prisão do ex-presidente da Câmara de Cuiabá, vereador João Emanuel (PSD), na quarta-feira (26), aponta que o parlamentar tentou insistentemente atrapalhar as investigações do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco).

Desde setembro do ano passado, o Gaeco investiga o esquema criminoso de desvio de dinheiro público através de fraude em licitação na Casa de Leis, que seria encabeçado por João Emanuel. Inclusive, o grupo pediu o afastamento do parlamentar da presidência da Câmara, o que não impediu que o vereador continuasse a atrapalhar o processo investigatório, segundo a denúncia. 

“É de se consignar que o líder da organização criminosa, o denunciado João Emanuel, não obstante ter sido afastado liminarmente por este Juízo da função de Presidente da Câmara de Vereadores da Capital, mas por ainda deter o mandato, se utilizou de todas as formas possíveis para atrapalhar a coleta da prova, bem como uniformizar os depoimentos que seriam colhidos na investigação”, afirma trecho da decisão.

Conforme o MPE foram realizadas diversas interceptações telefônicas entre os oito denunciados da organização. As revelações dão conta de que a intensa movimentação era no sentido de centralizar as reuniões e concentrar as versões da quadrilha, cuja defesa seria feita em apenas uma banca de advogados.

Gravações  colhidas especificamente às 15h23m06s do dia 03 de dezembro, às 14h40m22s do dia 28 de novembro e às 12h00min34s do dia 02 de dezembro, segundo o MPE, provam o fato.

Em outro áudio do dia 26 de novembro diz que “o bando continua a delinquir, desta vez aplicando golpes”. 

“João Emanuel liga para Marcelo Ribeiro, dizendo, em resumo, que precisava arrumar apenas o recibo (documento de transferência) de uma “nave” (carro) para levantar um dinheiro rápido no valor de R$ 150.000,00, através de um “caboclo” que tinha arrumado para fazer uma “operaçãozinha pra gente”. Diz que tinha alguns recibos, mas nenhum servia e pergunta se Marcelo conseguiria, ao que este responde positivamente. Marcelo ainda faz menção a um outro negócio grande no valor de R$ 500.000,00 que estaria acertando para ambos e que, até sair algo bom, teriam que “se virar” com essas “coisas pequenas”, se referindo certamente a transações fraudulentas conhecidas popularmente como “golpes do Finan”.

Segundo a denúncia do Gaeco, os golpistas se utilizam de terceiras pessoas que não possuem nome sujo na praça e solicitam empréstimos bancários em nome deles, utilizando-se como garantia bancária documentos de veículos não alienados, por vezes falsificados, não vindo a pagar a dívida.

Diversas gravações tratam da movimentação do grupo, inclusive no imbróglio do terreno. Não restam dúvidas para o Gaeco que “por tais fatos já se demonstra que a organização criminosa está em plena atividade e tem seus fins destinados não mais apenas à aplicação de golpes na praça, mas igualmente voltada para atrapalhar as investigações”.

Daí a necessidade da decretação preventiva dos denunciados, “como forma de garantia da ordem pública e por conveniência da instrução criminal, visando desacorçoá-los a continuar no submundo do crime, bem como para assegurar que a instrução não fique prejudicada”.

A reportagem tentou entrar em contato com a banca de defesa do parlamentar, advogado Eduardo Mahon, contudo, as ligações não foram atendidas.






Fonte: Hiper Noticias

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