Represa atual opera com capacidade máxima para não deixar faltar água
Tangaraenses não economizam e risco de racionamento de água é eminente
A chuva do início da semana em Tangará da Serra adiou o anúncio de racionamento de água. De acordo com o diretor do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Samae), Wesley Lopes Torres, um decreto executivo já estava pronto na segunda-feira, 02, e só dependia da assinatura do prefeito Fábio Martins Junqueira (PMDB). "Considerando a chuva de ontem [terça] e de antes de ontem [segunda], e a possibilidade de chuva de amanhã [hoje] e depois de amanhã [sexta], nós decidimos suspender o início do racionamento", disse ele em entrevista ao DS. Entretanto, caso o tempo não colabore e a chuva não caia com intensidade nos próximos dias, o racionamento será inevitável.
"A suspensão é até o final de semana, segunda-feira no máximo, para vermos se vamos ou não fazer este decreto de racionamento de água", disse, explicando que se for necessário já a partir da próxima segunda, 09, os tangaraenses terão que mudar os hábitos. "Quando não ‘tá’ chovendo o pessoal está usando muita água para ‘aguar’ as ruas, para lavar calçadas externas, o que tem causado um desperdício muito grande de água", alertou Torres. Wesley disse que no domingo, 01, a cena na Estação de Tratamento de Água (ETA) Queima pé era desesperadora.
"Quando vi a situação da represa fiquei preocupado", disse, e alertou: "Estamos no limite de atendimento. Se a população não se conscientizar de que há a necessidade de economizar, usar somente para as questões básicas nesse momento crítico, vai faltar para o consumo humano num futuro próximo". A ETA, segundo ele, já está trabalhando no limite. "Fechamos um pouco mais as compotas e conseguimos dar uma recuperada boa, mas mesmo assim estamos pedindo para as pessoas que não lavem calçadas externas, que não lavem carros com mangueiras, para que não ‘aguem’ as ruas, para que os sitiantes e chacareiros que ficam às margens do Queima pé acima da ETA, que não utilizem a irrigação", pediu. Ele disse que ainda que em caso de racionamento as pessoas serão notificadas se tiverem desperdiçando água e não descartou multas. "Estaremos notificando quem descumprir e em caso de reincidência poderemos até aplicar multas que estão previstas na Lei 1618/2000", completou.
Samae estuda captação de água do Rio Russo
A atual Estação de Tratamento de Água de Tangará da Serra (ETA), trata entre 300 e 320 litros de água por segundo, mas o Rio Queima pé não está suportando atender os mais de 90 mil habitantes da cidade. "Estamos fechando quase todas as compotas, dando uma vasão mínima para podermos atender a população. Se continuarmos a tirar tudo isso da represa, o rio não vai suportar", alertou o diretor do Samae Wesley Torres. Para o futuro, Wesley disse que o Município, através do Samae, elabora um projeto para captar água do Rio Russo. "Este ano concluiremos o projeto de uma nova ETA com capacidade para reservar entre 6 e 7 milhões de litros de água que será construída na mesma região da atual, mas com captação da água de outro manancial, provavelmente o Rio Russo", informou. Depois do projeto pronto, a intenção é captar recursos federais. "Dependemos de recursos do PAC, do Ministério das Cidades, pois o Município não tem recursos para isso, obra cara, é um projeto de alto custo. Assim que abrir o PAC iremos protocolar o projeto. Vamos fazer a nossa parte, o dever de casa nós vamos fazer", garantiu. Segundo ele, o Russo ainda está sendo analisado, mas já percebeu-se que ele tem capacidade para abastecer Tangará por até 20 anos. "Se precisarmos depois de captar água do Sepotuba já teremos meio caminho andado, pois podemos utilizar a mesma adutora que pretendemos levar até o Russo", finalizou.
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