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Internacional
Segunda - 24 de Março de 2014 às 20:26

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Um tribunal egípcio condenou à morte 529 membros da Irmandade Muçulmana nesta segunda-feira (24) por acusações que incluem assassinato, disse um advogado de defesa, em meio a uma crescente escalada da repressão sobre o movimento.

“A corte decidiu sentenciar à morte 529 réus e absolveu outros 16”, disse à Reuters o advogado Ahmed al- Sharif. Cabe recurso da decisão.

Familiares ficaram em frente ao tribunal gritando depois do veredicto - a maior condenação em massa à pena capital na história moderna do Egito, segundo os advogados. Em protesto, simpatizantes dos réus atearam fogo a uma escola próxima, segundo a TV estatal.

A turbulência no Egito se aprofundou desde julho de 2013, quando o Exército depôs o primeiro presidente democraticamente eleito da história do país, Mohamed Mursi, da Irmandade Muçulmana. As forças de segurança já mataram centenas de manifestantes da Irmandade nas ruas, e prenderam milhares de outros.

Desde o golpe militar de 3 de julho contra Morsi, milhares de seguidores da confraria foram detidos e dezenas deles condenados, mas até agora não a pena de morte não havia sido decretada a nenhum deles.

As sentenças foram proferidas dias antes de o comandante das Forças Armadas, marechal Abdel Fattah al Sisi, anunciar oficialmente que será candidato na eleição presidencial deste ano, na qual ele é amplamente favorito.

A Irmandade Muçulmana classificou de “injusta” e de “novo crime do golpe militar” a decisão. Em sua página oficial na internet, o grupo disse que os juízes egípcios estão “submetidos aos militares” e que a sentença significa um “fato sem precedentes na história da justiça”.

A corte, presidida pelo juiz Said Youssef, absolveu outros 17 membros e partidários da Irmandade processados na causa, cujo decisão deverá ser confirmada pelo mesmo tribunal em 28 de abril, logo depois de ser conhecida a opinião do mufti.

Os condenados foram considerados culpados de uma série de ataques a edifícios do governo e a delegacias na província de Minia, em protesto pelo violento despejo policial dos acampamentos dos islamitas no Cairo em agosto.

Um desses ataques teve como alvo a sede policial da cidade de Matai, onde foi assassinado o assistente do delegado, o coronel Mustafa Ragab. Os membros da Irmandade também foram condenados por tentativa de homicídio, roubo de armas e de incendiar o edifício.

Segundo vários veículos de comunicação egípcios, só 147 dos acusados estão presos, e o resto foi julgado à revelia.

A audiência do julgamento aconteceu entre estritas medidas de segurança. As ruas que dão acesso à sede do tribunal foram bloqueados pela polícia.

Os islamitas mantiveram seus protestos contra as autoridades interinas do Egito desde julho passado, apesar das detenções e da morte de centenas de pessoas por causa da repressão policial nestes meses.






Fonte: G1

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