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Esportes
Segunda - 17 de Março de 2014 às 09:48
Por: *JOSÉ ANTONIO LEMOS DOS SANTOS

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São Paulo e Corinthians viviam dias tranquilos. Uma relação que havia se deteriorado nos últimos anos, por conta de discordâncias sobre divisão de ingressos em clássicos no Morumbi, caminhava para a reconciliação com a bem-sucedida troca de Alexandre Pato por Jadson. Porém, a lua de mel durou pouco. 

A 14ª rodada do Campeonato Paulista jogou por terra a tentativa de paz entre os clubes. O regulamento do estadual não permite que times de um mesmo grupo se enfrentem, acabando com o confronto direto. Assim, o Corinthians, que precisava superar o Ituano para ficar em segundo lugar no Grupo B e avançar às quartas de final, precisou contar com a ajuda do São Paulo, que enfrentou a equipe de Itu no último domingo. É verdade que o Alvinegro não fez sua parte – ficou no 0 a 0 com Penapolense, no interior –, mas a derrota do Tricolor por 1 a 0 soou aos corintianos como um golpe do rival, já classificado.

Romarinho escancarou sua revolta na saída do gramado, assim que soube do resultado no Morumbi.

– Infelizmente, nós sabíamos que isso iria acontecer, que eles iriam entregar. Isso acontece no futebol. Acho que eles ficaram com medo também – disse o atacante.

O técnico Mano Menezes, do Timão, não foi tão incisivo. Preferiu a ironia para comentar o tropeço do São Paulo, deixando claro que, no fundo, pensa como seu jogador.

– Cada um sabe a consciência que coloca no travesseiro para dormir. Os deuses do futebol estão lá em cima e saberão bem conduzir o comportamento de cada um quando a bola rolar lá na frente. Vamos esperar o que os deuses vão fazer – afirmou o treinador.

Os são-paulinos responderam. Muricy Ramalho garantiu que seu time entrou para vencer o jogo, mas o temporal que desabou sobre o Morumbi não permitiu ao Tricolor jogar bem. Sobre as palavras de Mano, Muricy não mostrou dar importância.

– Eu sei que é difícil estar eliminado com uma rodada de antecipação. O que ele disse não me chateia. Eu só me preocupo com o São Paulo. O Corinthians não é problema meu. 

Já o goleiro e capitão tricolor, Rogério Ceni, foi mais político. Ele disse estar surpreso com a saída precoce do rival e fez críticas ao regulamento. 

É uma surpresa, assim como seria se isso tivesse acontecido com São Paulo, Santos ou Palmeiras. O campeonato perde em público e em visibilidade. É uma questão do regulamento que, para ser sincero, não entendo muito bem. Você joga 15 rodadas sem valer muita coisa, e agora um time grande está fora do mata-mata. Mas são coisas que podem acontecer.

A polêmica saiu dos gramados, ganhou as arquibancadas e foi amplificada pelas redes sociais. No Morumbi, são-paulinos festejavam o gol do Ituano. Faixas com a palavra "entrega" foram vistas no estádio. Ao fim do jogo, tricolores riam e se abraçavam como se o time houvesse acabado de conquistar um título. 

O ex-goleiro corintiano Ronaldo foi ao Twitter se queixar. Disse que o rival entregou o jogo por medo de enfrentar o Timão no mata-mata.

– As meninas entregaram, sim!

O fato é que o Corinthians está fora, o São Paulo segue na disputa, e o “clássico” da 14ª rodada será lembrado por muito tempo. 






Fonte: Globo Esporte

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