Médico que ofereu ajuda a Pistorius confirma versão de disparo acidental Johan Stipp era vizinho do atleta e o ajudou minutos após morte de modelo
Um médico vizinho de Oscar Pistorius declarou nesta quinta-feira (6), no quarto dia do julgamento do velocista sul-africano pelo assassinato de sua namorada, que o acusado confessou, minutos depois do crime, que tinha disparado na modelo Reeva Steenkamp pensando que "era um ladrão".
"Eu disparei. Pensei que fosse um ladrão", disse Pistorius ao radiologista Johan Stipp, que vive a 72 metros da casa do velocista. Na madrugada de 14 de fevereiro de 2013, no dia do assassinato, o médico se dirigiu até o local para oferecer ajuda após ter escutado vários disparos.
Segundo Stipp, ele foi uma das primeiras pessoas a chegar na casa do velocista em Pretória. Quando chegou ao local, o velocista já havia tentado desobstruir as vias respiratórias de Reeva para evitar sua morte. Posteriormente, ele passou a insistir com o médico para que a salvasse.
De acordo com o relato da testemunha, Pistorius rezava junto ao corpo de sua namorada e chegou a afirmar que dedicaria "sua vida e a de Reeva a Deus se ela vivesse".
Neste momento, Stipp confessou ter sentido medo de que Pistorius tentasse se matar, já que o mesmo se encontrava em um estado de extrema angústia.
A defesa de Pistorius - e o próprio atleta, em uma declaração jurada lida por um de seus advogados no início do julgamento na última segunda - sustenta que o velocista matou sua namorada por acidente, ao pensar que disparava contra um intruso que havia invadido sua casa.
Por outro lado, o juiz Gerrie Nel acusa Pistorius de ter matado Steenkamp intencionalmente e após uma discussão, cujos gritos foram escutados por várias vizinhas que confirmaram esta versão nesta semana no Superior Tribunal de Pretória. No entanto, todas elas vivem mais longe da casa do acusado do que Stipp, que, por sua vez, assegurou que ter ouvido nenhuma voz antes dos disparos.
Essa declaração, que supôs uma reviravolta no caso, respalda a versão apresentada por Pistorius, que nega ter se envolvido em qualquer tipo de discussão antes da morte da modelo. Segundo Stipp, os gritos foram escutados após os disparos e eram do próprio velocista, que pedia ajuda desesperadamente.
O médico atendeu Reeva, que apresentava um ferimento irreparável na cabeça, no andar de baixo da casa, onde Pistorius tinha levado o corpo da modelo para tentar buscar ajuda.
Pistorius reconheceu que matou sua namorada ao disparar quatro vezes através da porta fechada do banheiro, um feito que a Promotoria também confirma.
Tanto Oscar Pistorius como seus familiares e os de Reeva se mostraram muito afetados durante o duro testemunho de Stipp.
O julgamento a Oscar Pistorius começou no Tribunal Superior de Pretória na última segunda-feira, dia 3 de março, e deverá se estender até o próximo dia 20.
Comentários