Pré-candidatas apontam preconceito e querem mais mulheres na política
Teté Bezerra (PMDB), Janaina Riva (PSD) e Eunice dos Santos, a Nicinha (PSD), pré-candidatas a cargos eletivos para 2014 e mais lembradas na última pesquisa de intenção de votos realizada pelo Instituto Mark, reconhecem que a participação das mulheres no cenário político ainda é pequena. Segundo elas, a cultura de que política “é coisa para homem” continua enraizada no pensamento da sociedade. Para se ter ideia, em Mato Grosso, das 141 prefeituras, apenas 26 são comandadas por mulheres, o que representa cerca de 28%.
Segundo Teté Bezerra, que disputará à reeleição na Assembleia, antes as mulheres não militavam em partidos. “É mais difícil para uma mulher deixar marido, filhos e casa para disputar fora do município”. A peemedebista iniciou na política como presidente da extinta Fundação de Promoção Social (Prosol), entre 1987 e 1990. Foi deputada federal por três mandatos entre 1995 e 2007. De lá para cá, Teté acredita que, apesar da pouca participação das mulheres, houve aumento, por exemplo, nos legislativos municipais. O fato, para ela, se deve à Lei das Cotas, que exige que cada partido tenha 30% de vagas para mulheres. “Em 1996 eram 6%, e hoje são 12% de mulheres vereadoras. A lei de Cotas é responsável por este aumento”, avalia.
Em relação à eleição majoritária, Teté pondera que não teve avanços para a categoria feminina. Hoje são apenas duas deputadas estaduais: Teté e Luciane Bezerra (PSB) e nenhuma federal e/ou senadora. Apesar do cenário adverso, Teté buscará a reeleição e acredita que o PMDB elegerá os 5 parlamentares, assim como em 2010, quando Ela, Romoaldo Júnior, Baiano Filho, Nilson Santos e Walace Guimarães conquistaram uma cadeira, sendo que os dois últimos renunciaram para assumir as prefeituras de Colíder e Várzea Grande, respectivamente.
Já Luciane revela que quer vaga na Câmara Federal. Neste cenário, conforme Luciane, o marido e ex-prefeito de Juara, Oscar Bezerra (PSB), deve concorrer para deputado estadual, mesmo estando sub judice.
Entre as novatas na política aparece a filha do deputado José Riva(PSD), Janaina Riva (PSD), que se prepara para concorrer ao pleito sendo “sucessora” do pai, que não poderá concorrer. A missão, no entanto, não é fácil, afinal o quociente eleitoral é de aproximadamente 70 mil para cada uma das 24 cadeiras. De todo modo, Janaína se mostra animada. Ela avalia ainda que o cenário político está instável, pois o grupo dos 9 partidos governistas (PR, PMDB, PT, PTT, PSD, Pros, PRB, PCdoB E PSC) aguardam a decisão do governador Silval Barbosa (PMDB) para saber se vai deixar o posto para disputar o Senado. “A decisão dele influencia muito, por ser um candidato de peso. Se isso ocorrer vai influenciar a composição partidária. Depende muito da opinião dele. Temos que fortalecer nomes a deputados”.
Sobre a participação femenina, Janaina pondera que o espaço para as mulheres nos partidos é pequeno. “Poderia ser maior. A mulher acha que política é coisa de homem”. Dentre as bandeiras que Janaina defenderá durante a campanha estão o social, saúde e o municipalismo.
Outra pré-candidata é a blogueira Adriana Vandoni (PDT). Ela já percorre o Estado, ao lado do pré-candidato ao governo Pedro Taques (PDT), e se mostra empolgada com a disputa. Pondera, entretanto, que aguarda definição da aliança. “A decisão só deve sair em março”, frisa. Já Nicinha, que disputou o posto de vice-prefeita de Várzea Grande nas eleições de 2012, ao lado de Tião da Zaeli (PSD), que tentava a reeleição e foi derrotado para Walace, se mostra otimista. “Para quem não tem cargo eletivo, me surpreendeu ter aparecido numa pesquisa (Instituto Mark). Isso mostra o reconhecimento e anseio do povo em ter uma representante no Legislativo”. Nicinha se vê como defensora do povo e garante que uma de suas bandeiras será voltada à segurança pública. “Estou à disposição do partido. Se o povo entender que sou uma boa representante, então lutarei pela causa”.
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