Bezerra reclama de manobras para criar 'quizumba'; tema será debatido
O cacique do PMDB, deputado federal Carlos Bezerra, se mostra revoltado com a existência de um movimento de lideranças que tentam “manobrar por fora, querendo implantar uma coisa, criando quizumba”. Segundo Bezerra, essas articulações por fora estão desgastando a imagem de quem faz. “Tumultua porque tem gente que acha que isso é realidade e não tem nenhum fundamento. Hoje recebi várias ligações de gente indignada com isso. Gente que faz parte do fórum, que acha que está sendo manipulado, mas não tem manipulação. Está sendo discutido com transparência”, garante.
As afirmações se referem especialmente à propagação da notícia de que já haveria uma definição em torno do nome do juiz federal Julier Sebastião da Silva, como candidato ao governo. “Tudo que está havendo ai é fofoca”, reclama Bezerra.
Perguntado sobre quem seriam os “plantadores” de notícia, o cacique afirma não saber da onde vem a manobra. Ele faz questão de frisar que o grupo está unido e uma decisão só sairá em abril ou março, dependendo do resultado da pesquisa qualitativa que será encomendada.
Embora Bezerra diga não saber da onde partiram os bombardeios, nos bastidores, a informação é de que as articulações que acabam por “boicotar” , especialmente, o projeto do médico Lúdio Cabral (PT), pré-candidato ao governo, teriam partido de dentro do próprio PT, especialmente de Alexandre César e Willian Sampaio – que são mais simpatizantes à candidatura de Julier –, além de pessoas ligadas ao ex-governador Blairo Maggi (PR). A tendência é que a “roupa suja” seja lavada hoje, durante reunião do grupo dos 9, para que o grupo apare as arestas.Na oportunidade, o grupo vai debater a realização da pesquisa qualitativa e também os reflexos da Operação Ararath. O encontro acontece no hotel Odara. Devem estar presentes representantes do PMDB, PT, PSD, PR, PP, Pros, PCdoB, PSC E PRB. Um partido que talvez se una a eles nesta reunião é o PTB, mas ainda não há confirmação de representantes. O governador Silval e Maggi não participam do debate.
Articulações
Algo que tem atrapalhado o andamento das negociações, conforme Bezerra, é a postura do PR, por ter dois candidatos a governador – Maurição Tonhá e Cidinho do Santos – e um ao Senado (Wellington Fagundes), além de ainda existir possibilidade de o senador Blairo Maggi disputar o terceiro mandato. “Está um samba do crioulo doido”, compara.
De acordo com ele, a base aliada teve cautela de não colocar nomes ainda. Bezerra assegura que Blairo tem que decidir se será candidato, ou não, até abril, prazo máximo que o grupo quer para ter o quadro formado. "Depois não adianta ele vir querer ser candidato e atrapalhar o processo", dispara.
Segundo Bezerra, hoje será apresentada a primeira manifestação da pesquisa interna sobre quem pode ser candidato. São cotados Lúdio, o vice-governador Chico Daltro (PMDB) e o juiz federal Julier Sebastião, que ainda não decidiu se vai deixar a magistratura. A aferição é realizada pelo Ibope e os responsáveis por acompanhar o processo são o secretário de Meio Ambiente José Lacerda (PMDB), e o vice-governador.
“Estão todos conscientes que não tem vaga pra todo mundo na majoritária. Alguém vai ficar de fora”, pontua Bezerra se referindo ao fato de que o grupo da base é formado pelos principais partidos de Mato Grosso. Para ele, falar quem vai ser o candidato é temerário. É preciso lembrar que o processo está em andamento. “Não posso passar por cima, sem ter indicativo de qual é a melhor saída para nós”.
O presidente destaca que o PMDB tem posição muito clara. Por ser a maior legenda e por ter várias prefeituras de grandes cidades, não abre mão de ter um candidato a governador ou a senador. Segundo ele, há nomes fortes no partido, como ele próprio, a deputada estadual Teté Bezerra, bem como o ex-secretário de Administração e pré-candidato a deputado estadual Francisco Faiad. “Eu ter mandato ou não o partido decide. Se achar que isso é conveniente não tem problema nenhum. Mas eu acho ridículo eu ser fominha e ficar pedindo pra ser isso ou ser aquilo”, afirma Bezerra.
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